Em nossa contagem regressiva para o grande evento do futebol, que começará no dia 20 de novembro, relembramos os 11 grandes momentos da história do torneio. Foi um lance brilhante? Ou pura sorte?
O debate em torno daquela cobrança de falta de Ronaldinho contra a Inglaterra pela Copa do Mundo FIFA de 2002 é daqueles intermináveis. Foi de bem longe, na faixa direita do campo, com um chute cheio de curva, traiçoeiro, que pegou o goleirão David Seaman totalmente desprevenido.
Um lance surpreendente e decisivo para levar a Seleção à semifinal. E sobre o qual realmente não há consenso, a despeito da firmeza de Ronaldinho: “Foi definitivamente um chute a gol”, ele afirma.
“Foi o Cafu que me deu a dica antes da cobrança. Que Seaman estava bem adiantado na área e havia um espaço ali para explorarmos. Para mim, parecia uma boa tentativa. Não teve nada de sorte ali.”
Os jogadores da Inglaterra, por outro lado, optaram pelo ceticismo. O zagueiro Sol Campbell descreve o gol como um acidente, enquanto o centroavante Teddy Sheringham disse que o chute do então jovem craque brasileiro saiu “errado”. “É uma pena que um gol como esse tenha nos tirado do torneio”, acrescentou Sheringham. “Foi bizarro”.
David Beckham, um jogador que sabe bastante da arte de se bater faltas, concorda com os compatriotas. “Não foi culpa dele [do Seaman]”, disse o astro do Manchester United. “O gol foi um acaso. Foi um cruzamento que acabou sendo um gol.”
“Eu nunca vou aceitar que foi intencional”, ecoou Danny Mills, lateral-direito da Inglaterra. “Rio [Ferdinand] perguntou a Ronaldinho depois do jogo se ele pretendia chutar e ele apenas deu de ombros e sorriu.”
Na verdade, aquele sorriso – como Ronaldinho explicou mais tarde – teria sido pela alegria, satisfação de ter acertado um chute pouco preciso. “Quando bati na bola, queria chutar para o gol – mas talvez não exatamente onde a bola foi parar”, disse ele. “Para ser totalmente honesto, eu estava mirando para o outro lado da rede.”
Então, de novo: o gol foi um acaso ou não? A palavra final vai para o próprio autor, não tem jeito: “Não, não, você não pode dizer isso, porque eu estava consciente da posição do goleiro e busquei o gol. O fato de não ter saído exatamente como eu planejei não importa. O fato é que eu tentei.”
“O que basicamente aconteceu é que eu bati meu tiro com muita força e, à medida que ele viajava pelo ar, desviou mais e acabou passando por cima do Seaman. Não havia nada que ele pudesse fazer sobre isso e suponho que havia um elemento de sorte envolvido.”
“Mas”, acrescentou, “um gol é um gol!”