A oposicionista Maria Corina Machado, da Venezuela, é a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2025, segundo anúncio feito nesta sexta-feira (10). Em uma publicação no X, o comitê que concede a honraria afirma ter escolhido Maria Corina Machado para o Prêmio Nobel da Paz de 2025 “por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”.
O Prêmio Nobel da Paz de 2025 vai para uma “mulher que mantém acesa a chama da democracia, em meio a uma escuridão crescente”. Maria Corina Machado está recebendo o Prêmio Nobel da Paz por ser um dos “exemplos extraordinários” de coragem na América Latina nos últimos tempos, segundo o comitê. Ela tem sido uma figura unificadora fundamental, disse o presidente do comitê.

Cerne da democracia
“É precisamente isso que está no cerne da democracia: a nossa vontade comum de defender os princípios do governo popular, mesmo quando discordamos. Numa época em que a democracia está ameaçada, é mais importante do que nunca defender este terreno comum.”
O Comitê disse que Maria Corina Machado exerceu ‘trabalho incansável promovendo os direitos democráticos para o povo da Venezuela’ e citou ‘sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia’.

Escondida desde 2024
O presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Jørgen Watne Frydnes, foi questionado sobre a segurança de Machado agora que ela recebeu este prêmio. Ela vive escondida desde agosto de 2024. Frydnes diz que essa é uma discussão que o comitê tem todos os anos, “especialmente quando a pessoa que recebe o prêmio está escondida devido a sérias ameaças à sua vida”. Para ele, o prêmio irá “apoiar a sua causa e não limitá-la”.
Ele disse esperar vê-la na cerimônia de entrega do prêmio em Oslo em dezembro — mas reconheceu que sua situação de segurança é grave.

Barroso pegou o beco
Enquanto uma mulher não fugiu à luta, um filho do Brasil, fugiu. O ministro Barroso, tentando fugir da Lei Magnistiky, pediu penico e vai se aposentar. Ontem, no plenário o STF derramou fartas lágrimas, ao anunciar sua despedida precoce, acompanhado pelo colega Fachin, que também derramou seu pranto.
O anúncio foi feito durante a sessão plenária do STF, sua aposentadoria da Corte. O anúncio ocorre poucos dias após transmitir o cargo de presidente do STF ao ministro Edson Fachin.
Com a decisão, Barroso encerrará um ciclo de 12 anos no STF. O então advogado constitucionalista e procurador do Estado do Rio de Janeiro tomou posse em 26 de junho de 2013, na vaga decorrente da aposentadoria do ministro Ayres Britto. Ao longo de sua trajetória, foi relator de ações de grande impacto social e, como presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), atuou para aproximar o Judiciário da sociedade, divulgar informações e decisões em linguagem simples e aumentar a eficiência do Tribunal.

“Woke”, diz Eduardo
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), se manifestou, nas redes sociais, sobre a saída do ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF), com uma publicação em tom de crítica, nesta quinta-feira (9/10).
Na publicação em português na rede X, o parlamentar chamou Barroso de “Woke”, disse que ele é “progressista declarado”, reduziu a influência da direita nas redes sociais e que censurou vozes conservadoras durante sua gestão à frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nascida no movimento afro-americano, a expressão Woke foi adaptada para um uso mais geral a partir dos anos 2010. O termo passou a ser associado a políticas identitárias, causas socialmente liberais, feminismo, ativismo LGBT, cultura afro-americana e questões culturais. A palavra é usada, muitas vezes, no sentido pejorativo pela ala conservadora.

Barroso se sentia mais atingido por sanções
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que anunciou na última quinta-feira (9) a antecipação de sua aposentadoria na Corte, confidenciou a vários interlocutores nos últimos meses que se senta o magistrado mais atingido diretamente pelas sanções do governo Donald Trump em retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro na Corte. Barroso teve seu visto dos Estados Unidos suspenso em julho ao lado de outros sete ministros do STF – Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Alexandre de Moraes (também sancionado financeiramente pela Lei Magnitsky), Cristiano Zanin e Flávio Dino.
E embora tenha dito em entrevista logo após o anúncio que as sanções da Casa Branca não aceleraram sua decisão de sair da Corte, Barroso fez referência a “sacrifícios” sofridos por familiares no discurso de despedida lido no tribunal. “Como todos nós sabemos, os sacrifícios e os ônus da nossa função acabam se transferindo para os nossos familiares e as pessoas queridas que sequer têm qualquer responsabilidade pela nossa atuação”, declarou o magistrado com a voz embargada.
De todos os ministros, Barroso era o que tinha relação mais próxima com os Estados Unidos. Além de ele viajar frequentemente aos EUA antes da ofensiva de Trump para dar aulas em universidades, sua família mantém um apartamento avaliado em US$ 4,1 milhões (R$ 22 milhões) em Miami.