A Justiça condenou a Igreja Universal do Reino de Deus a devolver uma doação feita por uma fiel do Distrito Federal, que deu parte do prêmio que conquistou na Lotofácil, buscando ter a “vida abençoada”. Segundo a decisão, a anulação da doação de mais de R$ 100 mil não se dá pelo arrependimento da mulher, mas pelo fato que a transferência de alto valor não foi formalizada.
A ganhadora do prêmio frequentava a Universal com o marido desde 2006 e durante os cultos, foi informada por pastor que os fiéis deveriam contribuir com 10% de todo valor que recebessem para alcançar as “graças divinas”. Ela afirmou que, motivada pela fé, passou a descontar o dízimo mensalmente do salário do marido, que na época trabalhava como gari.
Em setembro de 2014, o marido foi contemplado com um prêmio da Lotofácil de R$ 1,8 milhão. O casal então decidiu transferir 10% do valor (correspondente a R$ 182.102,17) para a Igreja, conforme foram instruídos. Além disso, o marido ainda transferiu um valor de R$ 200 mil com a “promessa de que sua vida seria abençoada”.
Os dois se separaram em outubro de 2015 e, “na busca das bênçãos financeiras”, a mulher fez mais uma doação em dezembro daquele ano de um carro Hyundai – HB20 e de mais R$ 101 mil, ambos sem nenhuma formalidade.
Nos anos seguintes, a mulher deixou de frequentar os cultos por não ter alcançado “o ápice prometido nas pregações” e decidiu entrar com a ação em junho do ano passado, pedindo a restituição do valor e do veículo doados por ela.