Apoiar e fortalecer 50 mulheres venezuelanas com ações de empoderamento, capacitação, psicossocial e com incentivo à iniciativas empreendedoras são os objetivos do Projeto “Mujeres Fuertes”, que promoveu, nesta semana, o encerramento do curso de auxiliar de cozinha, realizado na sede do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Amazonas).
O Mujeres Fuertes é uma iniciativa da Organização da Sociedade Civil (OSC) Hermanitos, promovida com recursos oriundos de reversão trabalhista do Ministério Público do Trabalho (MPT), em parceria com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
O diretor-presidente do Hermanitos, Tulio Duarte, explicou que após os cursos profissionalizantes, as mulheres receberão auxílio para começar seus empreendimentos. “Após essa rota de formação, com aulas teóricas e práticas, elas receberão um ‘capital semente’ do projeto, que foi complementado também com a ACNUR, com intervenção baseada em dinheiro e, com isso, poderão se estabilizar e iniciar uma autonomia como empreendedoras”, enfatizou Tulio.
De acordo com a assistente de meio de vida da ACNUR, Laís Rigatto, o objetivo do projeto é apoiar no desenvolvimento da autossuficiência e autonomia dessas mulheres, e de suas famílias. “É um trabalho, com atuação tanto local quanto a nível nacional, para garantir que essas mulheres tenham condições de participar do projeto e de concluí-lo contando com recursos para que tenham mais oportunidades de desenvolverem seus negócios ou se colocarem no mercado de trabalho”, disse Laís.
Além de incentivos aos seus negócios, as mulheres venezuelanas receberão formação de habilidades comportamentais, apoio psicossocial, cestas básicas e formação em gastronomia. O projeto Mujeres Fuertes é resultado de uma pesquisa do Hermanitos, realizada em 2021, apontando que 78% de 2.596 famílias venezuelanas têm mulheres como responsáveis pelas despesas da casa. Além disso, nos cursos e capacitações oferecidos, ano passado pela instituição, as mulheres foram predominantes com participação superior a 70% e com algumas turmas que tiveram 90% de participação feminina.
Segundo a procuradora-chefe do MPT AM/RR, Alzira Costa, a instituição vem acompanhando a causa de migrantes e refugiados venezuelanos há algum tempo, em Manaus. “Dessa vez a gente teve um olhar e um recorte específico para as mulheres, que estão em situação de vulnerabilidade e são chefes de família, e têm maior dificuldade de inserção socioprodutiva, seja no emprego formal, seja em outras atividades relacionadas à geração de emprego e renda”, disse a procuradora.