A Justiça determinou que uma empresa de produtos odontológicos de Minas Gerais pague R$ 10 mil de indenização por danos morais a uma ex-funcionária por obrigá-la a participar da oração do pai-nosso diariamente antes do início da jornada de trabalho.
A trabalhadora processou a empresa em 2020, depois de ter pedido demissão. No processo, ela afirma que o assédio moral praticado por uma diretora foi o que a levou a pedir desligamento após pouco mais de três anos de trabalho.
Para a Justiça do Trabalho em Minas Gerais, ela comprovou que era vítima de discriminação religiosa e que sofreu ataques quando estava grávida e também por suas características físicas. Em uma época em que a trabalhadora usava os cabelos trançados, essa diretora chegou, segundo o processo, a puxar as tranças da funcionária e sugeriu que ela talvez tivesse piolho.
A ex-funcionária disse à Justiça que é ateia. Todos os dias, antes de o expediente começar, a diretora reunia os cerca de 50 funcionários para a oração. Na ação, ela conta que se sentia constrangida e até chegava 10 minutos mais tarde à empresa para evitar o momento do pai-nosso.