O laudo de Isabelly Eloize Soares Freitas, 6, apontou que a menina foi morta por asfixiada e também vítima de estupro. Segundo a titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), a delegada Joyce Coelho, a mãe da vítima, Claudiana do Carmo Carneiro Freitas, 23, confessou que asfixiou a filha em uma cadeira na hora da janta. A menina morreu na terça-feira (3), após ser internada no dia anterior no Hospital da Criança, o Joãozinho (HPS).
A mãe, suspeita do crime, foi presa por homicídio qualificado e deve passar por audiência de custódia. Coelho revelou ainda que assim que o caso chegou até a Especializada, a mãe, o pai biológico e o padrasto da criança foram ouvidos.
Em depoimento, Claudiana teria negado o crime e alegou que a criança estava jantando quando passou mal e apresentou dificuldades para respirar. No entanto, após o resultado do laudo pericial apontar a asfixia por meio de ação físico-químico, a mulher decidiu assumir o crime.
“A princípio ela negou que tinha praticado o crime, mas assim que o laudo chegou, ela questionou a causa da morte apontada no documento. Foi então que ela contou em detalhes como tudo aconteceu. Ela alega que estava passando por problemas de depressão e que decidiu matar a filha para que ela não ficasse sozinha. Então ela disse que sentou a menina na cadeira e pediu perdão a ela e a asfixiou com o braço. Assim que a criança desfaleceu, a Claudiana mandou um áudio para o cunhado pedindo socorro. Quem a ajudou foi um vizinho”, disse.
De acordo com a delegada, no hospital ela disse para os médicos que a filha estava jantando quando teve um mal estar, mas a equipe médica constatou, mesmo sem marcas externas, que a criança tinha sido morta por asfixia, e passou a desconfiar da mãe ao perceberem que Isabelly tinha sinais aparentes de abuso sexual, o que posteriormente foi confirmado no laudo pericial. Porém, a delegada afirma que os estupros são antigos, o que dificulta encontrar o autor desse crime.
“As marcas do abuso sexual são antigas, já estão cicatrizados, por isso não cabe flagrante, mesmo assim coletamos material genético do pai e do padrasto para fazer um comparativo com o material da vítima. A mãe negou conhecer os abusos sexuais. Ainda vamos ouvir outras testemunhas e familiares para tentar aclarar quem possa ter cometido esse crime, uma vez que a única pessoa que poderia falar sobre isso era a menina, mas ela está morta”, lamentou a delegada Joyce.
Coelho relatou que durante o depoimento do pai biológico, ele informou que na tarde do crime chegou a receber uma ligação de Claudiana pedindo que ele fosse buscar a filha, pois a mesma não estava se sentindo bem, mas ele não pode ir porque estava em outro município. Já o padrasto da menina contou que no dia do crime teve uma briga com a companheira e saiu de casa. Ele também alegou que a suspeita sofreria de depressão e inúmeras vezes tentou tirar a própria vida.
“O padrasto contou que quando a Claudiana tinha surtos acabava se tornando uma pessoa agressiva e nesse dia acabou discutindo com ele. Ele saiu de casa e ela ficou sozinha com a menina. No depoimento a Claudiane não afirmou que ia se matar, mas disse que tinha medo disso acontecer porque ela tinha vontade de tirar sua vida”, comentou.
O crime ocorreu na segunda-feira (02), no bairro Cidade Nova 1, Parque Eduardo Braga, na zona Norte da capital, onde Isabelly morava com a mãe.
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