As famílias das vítimas de desabamento de ponte sobre o Rio Curuçá, na Rodovia Álvaro Maia, a BR-319, mais conhecida como rodovia Manaus-Porto-Velho, revelaram que pretendem entrar com ação judicial contra o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). As informações são do jornalista Waldick Júnior para o Portal A Crítica. famílias de vítimas
A tragédia aconteceu no dia 28 de setembro de 2022, no 25 km do município de Careiro da Várzea; na ponte estavam motoristas e pedestres em cima da plataforma durante um tumulto ocasionado pelo protesto de caminhoneiros que reivindicavam melhorias no trecho, quatro pessoas morreram e 14 ficaram feridas no acidente.
Entre os mortos estão o dentista Rômulo Augusto de Morais Pereira, de 36 anos, o motorista Marcos Rodrigues Feitosa, de 39 anos e a servidora pública aposentada Maria Viana Carneiro, de 66 anos, e o funcionário público federal João Nascimento Fernandes, 58 anos.
Os familiares relatam que não receberam nenhum apoio de qualquer órgão, e que inclusive o laudo com o diagnóstico sobre o que ocasionou o desastre. Cada um deles acionará a Justiça por meio de advogados particulares.
Dnit sabia dos riscos
Desde 2021 o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), sabia que as pontes da BR-319, que liga o Amazonas a outras partes do país, corriam risco de desabamento.
Um documento publicado no Diário Oficial da União (DOU), datado do dia 28 de dezembro, mostra que Afonso Luiz Costa Lins Júnior, o superintendente regional do órgão alerta que a rodovia apresentava “riscos iminentes” à quem trafegava na via devido a “situação calamitosa” do trecho.
“Situação de Emergência na rodovia BR-319/AM no trecho do Km 13,00 (Fim Travessia Rio Amazonas (Careiro) ao Km 178,50 (Fim da Pavimentação), haja vista as condições em que se encontra a BR-319/AM, bem como os riscos iminentes aos quais se expõem os usuários, que nela trafegam, devido à situação calamitosa de trafegabilidade no trecho mencionado, proferida pela Coordenadora de Engenharia Terrestre desta Superintendência Regional do DNIT no Estado do Amazonas […]”, diz o documento.
A rodovia é a única ligação terrestre entre Manaus e outras regiões do país e em 10 dias houve dois desabamentos de ponte.
No dia 28 de setembro de 2022, a primeira tragédia aconteceu, a ponte sobre o Rio Curaçá, 25 km do município de Careiro da Várzea, desabou com motoristas e pedestres em cima durante um tumulto ocasionado pelo protesto de caminhoneiros que reivindicavam melhorias no trecho, quatro pessoas morreram e 14 ficaram feridas no acidente. Na segunda (26/09/2022), o DNIT havia interditado a área.
No último sábado (8/10), a ponte sobre o Rio Autaz Mirim, também localizada no mesmo quilômetro desabou. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a rodovia já estava interditada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e não há registro de feridos.
Foto: Bruno Kelly / Reuters Fotos: Arquivo pessoal