Polícia estuda pedir exame de sanidade mental sobre autor de ataque em SC
A Polícia Civil de Santa Catarina estuda pedir exame de sanidade mental no autor do ataque a uma creche em Blumenau (SC), ocorrido na última quarta-feira (5) e que matou quatro crianças.
De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, há possibilidade de entrar com uma representação na Justiça estadual para pedir o exame de sanidade mental em razão das características do assassino.
A decisão de pedir o exame deve ser tomada até sexta-feira (14), quando está prevista a conclusão do inquérito. Até lá, psicólogos especializados devem verificar se há indicativos de problema psíquico.
O delegado conta que o autor do ataque, Luiz Henrique de Lima, que tem 25 anos e trabalhava como motoboy, disse à polícia que cometeu os crimes por ordem de um outro homem. Mas o envolvimento de uma segunda pessoa nos crimes já é uma hipótese descartada pela polícia.
Investigação
A polícia já ouviu o suposto mandante, cujo nome não foi revelado à imprensa, e comprovou que os dois nunca se falaram. “Segundo ele, ele recebeu uma ordem para fazer isso, que teria que cometer os crimes para não morrer. Mas foi uma ordem mental. A pessoa que ele imputou como mandante nunca teve contato com ele, não tem nenhuma relação, nada. Como se fosse uma projeção na cabeça dele”, conta o delegado à reportagem.
A polícia analisou mais de 7.000 áudios de WhatsApp e também o computador do homem. A conclusão da perícia é de que ele teria agido sozinho e sem coordenação. “Não tinha nem preparo. Tanto que a ideia inicial dele era praticar o crime em outra creche, depois mudou de ideia e foi para outra”, diz o delegado.
O resultado do exame de sanidade mental interfere no tipo de sanção, afirma o investigador: se ele recebe uma pena ou uma medida de segurança. No primeiro caso, ele cumpriria pena de reclusão em um presídio. No segundo caso, ele ficaria em um hospital de custódia e receberia tratamento psiquiátrico.
O indiciamento, contudo, não se altera. Segundo o delegado, o inquérito na sexta-feira deve apontar para quatro homicídios quadruplamente qualificados (por motivo fútil, emprego de meio cruel, sem possibilidade de defesa e contra menor de 14 anos) e também para quatro tentativas de homicídio, com as mesmas qualificadoras, em função das crianças que ficaram feridas.
Mas. Assim. Mas. Asssim.