Selma Teixeira de 51 anos, largou o sacerdócio após uma paixão arrebatadora por sua médica. A ex-freira, passou 25 anos da sua vida se dedicando à igreja, já esteve com três papas, sendo um deles o Papa Francisco, e também chegou a assumir o mais alto posto que uma mulher pode alcançar na igreja católica, o de madre superior.
Enquanto era a irmã Chiara Letícia, ela precisou fazer exames após sofrer com pressão alta, precisou passar por uma cirurgia bariátrica e fazer tratamento cardíaco. “Ali, minha vida mudou mais uma vez”, diz ela não só sobre a saúde, mas também sobre o coração.
Após as cirurgias, ela precisou fazer acompanhamento, foi quando conheceu aquela que se tornaria sua paixão arrebatadora.
“Em um dos meus exames, cheguei no consultório e ela tinha colocado Debussy para tocar. Foi nesse dia que ela me deu um beijo”, relembrou ela, que, de primeira, não correspondeu. “Demorei muito tempo para perceber que tinha me ligado afetivamente a ela”.
A mulher pediu para sair da igreja, e foi inclusive abençoada pelo papa. “Primeiro, escrevi uma carta para a madre superiora do mosteiro mãe, que juntou outros documentos da minha vida religiosa e encaminhou tudo ao Vaticano”, contou a ex-freira. O retorno do Papa Francisco foi positivo.
“[Ele] me agradeceu pelos meus anos de dedicação à vida religiosa e à Igreja Católica. Disse que estava rezando para que eu fosse feliz e que, daquele momento em diante, estava totalmente desligada dos votos, que poderia ter novas relações até contrair matrimônio”.
E Selma realmente se casou, mas não com a médica, elas ficaram juntas por seis meses, e depois a ex-freira percebeu que tinha um mundo todo para desbravar. Viajou, viveu, comprou um bar e atualmente trabalha como motorista de aplicativo.
Em outubro do ano passado, a ex-freira conheceu sua esposa, Priscila. Elas estão casadas oficialmente desde fevereiro.
“Nunca senti que Deus me abandonou porque saí da vida religiosa ou porque estou em pecado, vivendo com uma mulher que me completa”, salientou Selma. “Passei 25 anos da minha vida na clausura. Não é tão difícil imaginar por que eu quero expandir. Viver livre, leve e solta”.