A influenciadora digital Isabelly Aurora foi presa na manhã desta quarta-feira (5), pela Polícia Civil na segunda fase da Operação Dracma, que investiga influenciadores digitais de Manaus que atuam em esquema fraudulento de rifas clandestinas e diversos crimes.
Os mandados de prisões foram expedidos pela Central de Inquéritos do Tribunal de Justiça do Amazonas, além da Influenciadora, o ex-marido dela, Paulo Victor Monteiro Bastos, e outros criadores de conteúdo digital também foram alvos da operação.
Segundo policiais do 13º Distrito Integrado de Polícia (DIP), Isabelly estava na casa de familiares do atual namorado, quando foi cumprido o mandado de prisão. Vários mandados de Prisões Preventivas foram cumpridos em vários bairros, por determinação da justiça.
As prisões começaram no dia 29 de junho, quando os influenciadores João Lucas da Silva Alves, 24, conhecido como Lucas Picolé; e Enzo Felipe da Silva Oliveira, 24, o “Mano queixo”, foram presos em flagrantes com drogas sintéticas (LSD), munições e uma motocicleta adulterada. Lucas Picolé também foi autuado por receptação qualificada, juntamente com sua cunhada, Flávia Ketlen Matos da Silva, 34.
Influenciadores Lucas Picolé e Queixo são presos suspeitos na venda de rifas ilegais
Conforme o delegado Cícero Túlio, que comandou a operação, os policiais já vinham investigando o grupo há cerca de cinco meses. As investigações apontaram que os influenciadores atuavam promovendo a divulgação de sorteios clandestinos em um sistema de premiação sem registro, por meio das redes sociais, e escoando posteriormente os valores, a fim de dissimular e ocultar, dificultando a atuação de autoridades de fiscalização e controle por parte do Ministério da Economia.
“O grupo escoava os valores obtidos na compra de veículos de luxo. Lucas Picolé e Flávia Ketlen mantinham esses valores levantados e montaram uma empresa de fachada. Durante as buscas na loja do Lucas, foram apreendidos mais de uma tonelada de produtos falsificados, notas e cupons que atestam que a recebedora dos valores da prática da pirataria era Flávia Ketlen. Razão pelo qual ambos foram flagranteados pela receptação qualificada”, explicou a autoridade policial.
A PC-AM apurou que parte dos prêmios das rifas e sorteios já são comprados em nome dos ganhadores antes mesmo deles ocorrerem, levando a crer que em alguns casos o próprio ganhador tem participação no esquema criminoso.
“Eles anunciam rifas de veículos avaliados em mais de R$ 200 mil, cuja disputa se dá pela aquisição de bilhetes eletrônicos vendidos por centavos. Os valores arrecadados nos golpes são escoados na compra de veículos de luxo, aluguéis e aquisição de imóveis de alto padrão, além de serem reinvestidos em uma loja de marcas de grife que comercializa produtos falsificados”, relata Cícero Túlio.
Segundo a autoridade policial, foi possível identificar a ligação dos investigados com influenciadores de outros estados do país, que utilizam a mesma plataforma de sorteios, lavando a crer que existe uma grande rede de criminosos que operam esse esquema em todo Brasil.
As investigações também indicam que Lucas Picolé tem vínculo com outro influenciador digital conhecido nacionalmente, que já foi alvo de operações tanto da Polícia Federal (PF) como da Polícia Civil de São Paulo (PC-SP).
Estima-se que mais de R$ 5 milhões tenham sido movimentados em dois anos pela organização criminosa, e as buscas para saber para onde o valor foi escoado continuam sob investigação.
Entre os crimes estão estelionato, lavagem de dinheiro, associação criminosa, fraude no comércio, receptação qualificada, promoção de jogos de azar, publicidade enganosa e crimes contra as relações de consumo.