Com a seca severa que atinge o Amazonas não falta apenas água para navegabilidade nos rios, além de isolar dos moradores ribeirinhos sofrerem com o isolamento, também falta água para beber. Em uma reportagem ao jornal Hoje da rede Globo, a jornalista Ruthiene Bindá conversou e mostrou a situação em que moradores da comunidade de São Francisco do Mainã, em Manaus, se encontram.
A comunidade fica às margens do lago que passa pelo bairro do Puraquequara, com a baixa dos rios, onde antes era água, agora não passa de um lamaçal, com barcos encalhados e as casas, que antes eram flutuantes, pairando no solo.
Em busca de água potável, os moradores têm cavado poços artesanais, as famosas cacimbas. De acordo com o entrevistado, essa já é a segunda vez que ele precisa cavar para tentar achar água.
“Esse ano, pelo menos, eu não tinha acompanhado uma seca dessa. Em 2010, teve uma seca muito grande, mas não chegou ao nível dessa que está agora. Além de ter água para mim e para os meus amigos, que precisam também, porque nem no lado de lá dá para cavar cacimba. Então, eu tenho aqui ainda cedo água para meus amigos também”, conta o vendedor Isaque Cícero Rodrigues a Ruthiene.
No local, o cenário foi totalmente mudado pela estiagem, onde antes tinha muita água e um trânsito diário de embarcação, atualmente não é mais o mesmo.
As imagens a seguir são do fotojornalista Edmar Barros, que tem visitado comunidades no Amazonas e acompanhado de perto o sofrimento dos moradores.
MUNICÍPIOS EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA
Até as 14h desta sexta-feira (6), havia 42 municípios em situação de emergência, 18 cidades de alerta, 0 em atenção e 2 em normalidade. Houve alteração no número de municípios em atenção, com a saída de Canutama para situação de alerta. Silves e Santa Isabel do Rio Negro, que estavam em situação de alerta no boletim anterior, decretaram situação de emergência.
Segundo o boletim, o Amazonas tem 273 mil pessoas afetadas até o momento, configurando 68 mil famílias. No último boletim, eram 266 mil pessoas afetadas. Houve aumento também no número de famílias afetadas, subindo de 66 mil para 68 mil.