- Artigo: Ronaldo Amazonas
O assunto que vou abordar tem custado muito caro ao nosso povo notadamente do interior.
Os desdobramentos dessa tragédia ambiental e climática, devem ser creditadas ao governo do nosso estado, porém, a carapuça se estende para os governos federal e municipal também.
Se há uma combinação perfeita para que o caos se instale por sobre a população, é quando os desastres naturais ocorrem e, ao mesmo tempo, pegam governos e a administração pública de calças arriadas.
O regime das águas para quem vive nessa porção da linha do Equador, é um fenômeno que ocorre desde que o mundo e mundo e não tem nada a ver com a ação das mãos humanas.
Do mesmíssimo modo, o calor, as chuvas, a seca, a estiagem, as enchentes, etc., acontecem naturalmente e igualmente independem da intromissão dos homens pois quem dita as regras é a natureza.
Entretanto, de modo diametralmente oposto, o desmatamento, as queimadas e a fumaça, tudo isso é gerado e é resultado direto da atividade humana sobre a natureza.
Ocorre, que para o enfrentamento de todos esses fenômenos cíclicos ou não, provocados pelo homem ou não, há que ter por parte dos governos o preparo antecipado, o orçamento definido, o corpo técnico treinado e a suprema capacidade de lidar com algo que ocorre quase todo ano.
Não é o que se observa por parte do governo Wilson Lima.
Há uma inércia, persiste o despreparo, resiste a incompetência e clama a improvisação. Credo!
E o que fez governo? Corre para declarar estado de calamidade ou de emergência porque poderá comprar o que quiser, gastar o que quiser e pagar como quiser, sem a obrigatoriedade de licitação e outros procedimentos administrativos mais sérios e moralmente corretos.
Milhões são gastos com aquisição de cestas básicas, água potável, medicamentos, insumos de segurança, equipamentos e mobiliários, roupa de cama, mesa e banho entre outros itens.
Vergonhosa e desafortunadamente, o governo se aproveita do momento e usa essas doações como estratégia eleitoreira, para ludibriar nossa gente faminta e empobrecida e tirar proveito dessa tragédia repetitiva.
Assisti um dia desses nosso governador emparedado por aprovados em diversos concursos e sendo obrigado a chamar centenas deles para assumir seus cargos, decorridos quase três anos do certame.
Dentre os aprovados, jovens que fizeram concurso para o Corpo de Bombeiros.
Mas, o que chamou atenção da sociedade e atraiu a ira dos concursados, foi o fato de o governador Wilson Lima, ter chamado menos da metade dos bombeiros.
Wilson Lima foi por diversas vezes alertado, que há uma grave e enorme defasagem nos quadros da corporação que combate incêndios e é responsável por todos os licenciamentos de obras, vistoria de ambientes públicos e privados, dentre outras nobres funções dessa instituição.
Wilson Lima parece não estar muito preocupado com a calamidade provocada pela seca e pela estiagem no nosso estado.
Se fossem sinceras e honestas suas atitudes relacionadas a esse episódio calamitoso, ele teria convocado para o Corpo de Bombeiros ao menos 1.000 aprovados deixando para mais tarde chamar concursados para as outras áreas de segurança.
O quadro de combatentes de incêndio é cinco vezes menor do que seria o exigido para um estado gigantesco e para uma capital que comporta mais da metade da população.
Por conta dessa defasagem, são pouquíssimos os municípios do estado que contam com brigadas de incêndio.
Aí, vem o governador e anuncia a criação de mais de vinte brigadas de combate aos incêndios com apenas cinco bombeiros. Misericórdia!
Ou seja, o que já era péssimo em termos de estrutura humana, vai piorar mais ainda, porque o governador achou de chamar tão somente metade dos aprovados para o Corpo de Bombeiros.
Pra completar, o Corpo de Bombeiros do Amazonas, sofre com a falta de equipamentos modernos.
Pior ainda, é sabermos que essa rapaziada só estará apta a atuar na linha de frente do combate aos incêndios, quando completarem o tempo de treinamento e capacitação exigidos para tal desempenho.
Ou o governador está mal assessorado ou age de modo temerário e irresponsável, não sabendo lidar com o enfrentamento às questões mais caras da vida da nossa sociedade.
Mais ainda, Wilson Lima, não está sabendo administrar o enfrentamento aos fenômenos climáticos repetitivos, extremos e naturais.
Ele não se sensibiliza com o sofrimento da nossa gente e não prioriza o combate aos problemas mais graves e prementes que se apresentam ao seu redor.
Faltam-lhes grandeza política, sensibilidade social e visão administrativa aguçada para que saiba lidar e enfrentar tamanhos desafios.
Ainda há tempo de crescer politicamente e consertar um mal maior ou um estrago previsível. Basta melhor enxergar os problemas e determinar-se a resolvê-los.
Té logo!