Em pleno novembro mês dos finados e da Proclamação da República foi lançada uma campanha pela prefeitura de Manaus – Parada de Natal – para motivar e sensibilizar ao cidadão comum, aquele que paga impostos e deveria ser o alvo prioritário da ação pública, o início das celebrações da maior festa cristã do planeta. A campanha foi movida pela melhor – e mais altruísta, pra não dizer ingênua – das intenções e conseguiu alguns resultados sobre a situação drástica com o calor e a fumaça que sufocava a população. Pois bem, a campanha Natal das Águas pelas dimensões do sucesso de público, pela precariedade dos recursos colocados para este fim e pela recusa dos vereadores em colaborar com a aprovação de um empréstimo que a prefeitura pleiteava entornou o caldo Político de vez e prá engrossar essa semana a cidade vai ter o Boi Manaus ou Boi Natal como está sendo chamado.
Wilson (em)cena
Com o presidente da CMM fazendo certinho sua tarefa de casa, o governo partiu para o ataque na disputa de quem faz a melhor decoração de Natal. Parece que a ordem foi dada para abafar a parada de Natal do prefeito e a decoração passou a avacalhar com os monumentos históricos de Manaus. Dava a impressão que, depois de estátua pintada de dourado e o calçadão de pedras portuguesas da Ponta Negra, de vermelhão – que nos perdoem os torcedores do Garantido -, e a pêia generalizada por parte da imprensa e da população, a sanha tinha parado.
“Ratos e urubus larguem minha fantasia!”
O Largo de São Sebastião, na área central e histórica da cidade, amanheceu paramentado para o Natal. A bola da vez? O monumento de Abertura dos Portos. Parece que o espírito do Joãozinho Trinta baixou geral, ou seu ectoplasma veio para inspirar essa moçada.
Manaus é única nesse quesito.
Cada gestor pinta os locais mais pitorescos e históricos da cidade, com sua cor preferida. Até o Teatro Amazonas já foi alvo de exposição de ovo frito no calçadão a cobra sucuriju gigante, enfim virou um “samba do crioulo doido”, que me perdoe a ministra Aniele Franco. Mas já está passando dos limites o descaso com os locais históricos da cidade. É necessário que o espírito do ufanismo, tão em voga atualmente, “desça” nos gestores públicos. Com navios de Cruzeiro chegando, turista vai ter que fazer foto com guirlanda no peito.
Negligência se acumulando
A prefeitura, responsável pela campanha de Natal, está com um enorme abacaxi na mão, fruto da incompetência e negligência de seus quadros. Faltando um ano para o fim do seu mandato, David está tendo a oportunidade de aproximar, diferenciar e harmonizar os diferentes interesses que envolvem a problemática e fazer prevalecer, por meio do debate e do diálogo, aquele que mais diz respeito à população, principal usuária de tais espaços. Isso significa avançar dentro de uma proposta de humanização da área urbana. O assunto, utilizado de forma até exagerada nos discursos políticos, foi banalizado. Ao mesmo tempo, o que se constata é a deterioração das condições de vida urbana, sob todos os aspectos