Alcançar novas oportunidades profissionais, buscar novas formações para melhorar seus empreendimentos e ressocialização são algumas das possibilidades para os 49 alunos que concluíram o Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Serviço Social da Indústria (SESI Amazonas). A colação ocorreu no auditório do SENAI, Arivaldo Ferreira Fontes, na quinta-feira, 7.
A superintendente do SESI Amazonas, Rosana Vasconcelos, disse aos formandos que eles não representam apenas números. “Parte das histórias de vocês fica escrita na história do SESI Amazonas”. Vasconcelos também aproveitou para agradecer o esforço e dedicação de todo o corpo docente da EJA. “Todos são grandes parceiros, sendo a missão do professor uma das funções mais importantes que o SESI possui.
Na oportunidade, Vasconcelos completou que a educação é o único transporte que pode nos levar a qualquer lugar no mundo sem a gente sair de algum lugar, pois por meio dela, a gente pode ler, perceber, criticar, se defender, fazer valer os nossos direitos, defender o nosso país, entender o contexto em que a gente vive e convive.
“Só a educação transforma a vida da gente, engana-se quem pensa que a educação termina quando a gente entra na faculdade, finaliza um curso mais avançado, como uma pós-graduação, um mestrado, um doutorado. Não, a educação é algo infinito, todo dia estamos aprendendo e quanto mais a gente aprende mais sente a necessidade de buscar conhecimento”, expôs a superintendente.
O recém-formado na EJA, José Dantas de Almeida, 48 anos, montador na empresa Yamaha da Amazônia, voltou à sala de aula após 28 anos, com o intuito de conseguir alcançar novas oportunidades dentro da empresa, pois sem o ensino médio, ele já perdeu diversas oportunidades de mudar de cargo. Dantas precisou parar de estudar para cuidar da família, mas decidiu voltar para continuar cuidando da família e crescer na empresa onde trabalha.
“Hoje eu estou me formando, é algo único, algo que eu sempre quis mostrar para meus filhos, minha família. Muitas pessoas me disseram que eu não ia conseguir, inclusive dentro do meu próprio trabalho diziam que eu não ia crescer por não ter estudo. Não aceite que ninguém diga que você não é capaz, pois todos somos capazes de alcançarmos o que quisermos”, propôs o estudante que pretende cursar logística.
Mãe de oito filhos e avó de dez netos, a empreendedora Telma Raimunda Silva, 62 anos, disse estar muito feliz por concluir o ensino médio após tantos anos sem estudar. “Eu não tive a oportunidade de concluir meus estudos na idade que eu pretendia, pois me casei cedo. Hoje meus filhos já são todos grandes, concluíram o ensino médio também e, hoje, chegou a minha vez”, frisou ela.
Telma Silva é feirante, trabalha dois dias na semana, para o seu sustento e de sua família, e agora, com o ensino médio concluído, pretende encarar a faculdade de sociologia. “Vamos ver o que a gente vai enfrentar pela frente, não custa nada tentar, né? Se eu já cheguei até aqui, eu posso muito mais”, confirma ela.
Para Hildo Oliveira, 34 anos, que pretende ser enfermeiro e depois médico, a finalização do ensino médio é só o começo. O formando disse que após o início dos estudos no SESI, muitas portas se abriram. Oliveira chegou a trabalhar como técnico em controle de pragas, mas hoje trabalha com seu pai, como gerente em sua chácara.
“Eu parei de estudar aos 12 anos, porque entrei para o mundo do crime, e disse que nunca mais voltaria a estudar. Mas eu me arrependi e em 2020, quando perdi uma vaga de emprego, em um cruzeiro que estava em Manaus, por não ter estudo, decidi retornar. Passei em várias etapas, mas quando foi para comprovar a escolaridade, fui desclassificado”, disse Oliveira, que também agradeceu ao apoio e incentivo da pedagoga, Iara Marinho.
O evento teve a participação da gerente da EJA, Patrícia Bezerra, da coordenadora pedagógica, Iara Marinho, e da professora homenageada pelos formandos, Magna Guimarães.