Viaduto Zé Fernandes marca um tipo de obra pública rápida e barata
O paradigma de desenvolvimento adotado no recente processo de ocupação e desenvolvimento de Manaus deixou sequelas urbanas e demandas sociais não atendidas. A cidade cresceu de forma caótica e hoje apresenta uma cobertura vegetal muito aquém das recomendações da ONU para atendimento dos parâmetros mínimos de qualidade de vida. E desde o governo Eduardo Ribeiro (1893 a 1896) não existe uma política pública de ordenamento urbano e ambiental da cidade. O último Plano Diretor permanece apenas no papel, pois a desordem urbana tem sido a marca do modelo de crescimento.
Desde as obras faraônicas demoradas e caríssimas dos viadutos da Constantino Nery e Coroado, não se via a conclusão de uma obra superlativa em tão curto espaço de tempo e dinheiro, como a do viaduto Prefeito José Fernandes. Superlativa por priorizar pedestres e ciclistas. A pista para pedestres e ciclistas já existia na Avenida das Torres e foi conservada com uma faixa exclusiva, no meio da obra.
Pau pra toda obra
Essa grande obra tem o DNA de Renato Jr. um secretário carismático e competente que está à frente da SEMINF e que em menos de um ano matou a cobra e mostrou o pau. O complexo inaugurado nessa quarta-feira (27) entra para a história das grandes obras da cidade com dois feitos. Primeiro, pelo tempo: a estrutura ficou pronta em menos de um ano. Ela foi lançada no dia 4 de janeiro deste ano. O segundo feito está no valor da obra. Ela custou R$ 49 milhões, com verbas próprias da Prefeitura de Manaus e do Governo do Estado. Importante ressaltar que o último viaduto da cidade, da gestão Arthur Neto – o viaduto do Manoa – demorou 16 meses de obra e custou R$ 61 milhões.
Não dá pra acreditar!
Em comparação à imponência realizada com menos dinheiro, o viaduto José Fernandes tem 98 mil metros quadrados de obra, contra 48 mil do viaduto do Manoa. Segundo o prefeito David Almeida, o viaduto foi construído na Avenida das Torres para desafogar o trânsito no acesso à Zona Norte da capital, nos limites das zonas Norte e Centro-Sul.
Saudoso Zé Fernandes
Ao contrário dos outros alcaides que faziam homenagem a políticos de outros estados, essa obra se chama Complexo Viário José Fernandes, em homenagem ao falecido ex-prefeito de Manaus, entre 1979 e 1982. “Para quem pensava que Manaus não ganharia presente de Natal, está aí, a cereja do bolo, um presente para todos os manauaras e também para as pessoas que não são daqui, mas fizeram de Manaus seu segundo lar”, disse o prefeito, prometendo que vem muito mais obra por aí em 2024.
Com isso, David Almeida encerra o ano provando, mais uma vez, que a fórmula matemática da Regra dos três Simples funciona: menos com menos é igual a mais: menos tempo, menos dinheiro. Com menos tempo e dinheiro somados com mais vontade, garra e intenção de realizar algo que presta e durável, é igual a mais comodidade e mais funcionalidade para a população.