Lá se foi Rudeimar Soares Teixeira… ninguém sabe quem é. Vou mudar o texto: Lá se foi Teixeira de Manaus, o “Rei do Beiradão”!
Quem, como tantos outros, frequentou o Parquinho 2000, nos idos de 1978/79/80, alí no Boulevard, sabe de quem falamos. O maior saxofonista que este estado já teve. Lutando contra um câncer de hopófise desde 2003, o velho músico não resistiu.
“Teixeira nunca fala”, disse uma vez Cheiro Verde a Souza Caxias, dois bregueiros-raiz do Amazonas. “Nem precisa. O sax fala por ele”, defendeu Billy Marcelo, outra fera.
Teixeira foi o precursor de um movimento musical batizado com o nome “Beiradão” (mistura de diversos ritmos, entre eles o carimbó, merengue, lambada, cumbia, forró, salsa, xote e música latina).
Ele foi um dos maiores vendedores de LPs no Brasil durante a década de 1980. Sua fama lhe rendeu apresentações e shows em todo o país, tendo seus discos produzidos por gravadoras do Rio de Janeiro e São Paulo. Sua fama veio, basicamente, das “festas de beiradão”, sendo idolatrado pelos ribeirinhos e admirado pela mídia de então.
História
Teixeira foi o grande homenageado no Carnaval de 2023 pela Banda do Boulevard. O samba que contou a história do ‘rei do sax’ nos beiradões da Amazônia, nascido na comunidade ribeirinha Lago do Catalão, levou assinatura de Paulo Onça, Mulher do Samba e Mui do Cavaco.
Teixeira de Manaus tinha 80 anos. Nascido em uma família de 12 filhos, começou a tocar saxofone em eventos aos 18 anos, inspirado no pai. No início da década de 1980 começou a gravar o primeiro disco, que foi lançado somente no ano seguinte.
O LP foi tão bem recebido pelo público que chegou a vender mais no Amazonas do que disco de Roberto Carlos. O sucesso conferiu ao artista o Disco de Ouro em 1983. Desde então, o artista se consagrou como o maior saxofonista da região.