‘Golpe da Baluda’ e ‘Jogo da Pretinha’ continuam fazendo vítimas no Centro
Mesmo sendo um golpe antigo, manjado e conhecido, o “Golpe da Baluda” e o “Jogo da Pretinha” continuam fazendo vítimas no Centro da cidade, principalmente no final do ano. A área do mercado Adolfo Lisboa e Manaus Moderna são as preferidas, devido ao grande fluxo de passageiros provenientes do interior do estado.
Na Baluda, o golpe ocorre quando criminosos oferecem uma recompensa às vítimas, após elas encontrarem algum objeto que supostamente foi perdido. A maioria dos suspeitos atua também perto de agências bancárias. De acordo com a polícia, o alvo preferido dos estelionatários, são as mulheres e pessoas idosas.
O “Jogo da Pretinha” consiste em fazer com que os apostadores encontrem uma bolinha supostamente escondida debaixo de três tampas dispostas em cima do fundo de uma caixa. As vítimas são enganadas quanto à localização do objeto. Através de um truque, que consiste em apertar disfarçadamente a tampa contra a bolinha, que fica grudada na tampa, induzindo o apostador ao erro, a casa sempre ganha.
Genivaldo Santos caiu no golpe da baluda após sacar R$ 2.900,00 do FGTS em um banco, localizado na Avenida Silves. Um homem, de boa aparência, deixou cair um pacote de dinheiro e Genivaldo não pensou duas vezes em devolver. Era tudo armação.
Era tudo armação
Dona Antônia Borges, de 56 anos, fez o saque de um benefício em uma agência bancária próxima à Praça da Polícia, no Centro de Manaus. O criminoso fingiu ter esquecido uma pasta com documentos e ela o seguiu para devolver o material. Em seguida, o homem insistiu que dona Antônia aceitasse uma recompensa pelo ato honesto, mas ela tinha que deixar a bolsa com ele, enquanto conversava com o suposto pagador. Ela perdeu mais de R$ 1.800,00. O “Golpe da Baluda” está tipificado no artigo 171 do Código Penal Brasileiro, como crime de estelionato. A pena varia de 1 a 5 anos, e multa.
A Polícia Civil informa que para denunciar ambos os golpes, a vítima pode procurar qualquer delegacia para registrar o Boletim de Ocorrência (BO). Há também a opção de realizar o BO na Delegacia Virtual, no endereço: delegaciavirtual.sinesp.gov.br
Incidência caiu um pouco com a retirada dos camelôs
De acordo com informações da 24ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), unidade responsável pela área central, quando os camelôs ainda estavam instalados nessas avenidas e na Praça da Matriz o índice de criminalidade era bem maior devido a grande aglomeração de ambulantes e pedestres, o que dificultava a circulação da polícia e facilitava a ação dos assaltantes.
Os crimes mais praticados e registrados na 24ª Cicom, além dos dois golpes, eram pequenos roubos e furtos de carteiras e bolsas de pedestres e comerciantes. De acordo com o vendedor Ronaldo dos Santos Costa, 28, que trabalha em uma loja de departamentos localizada na avenida Eduardo Ribeiro, antes da desocupação das calçadas era comum presenciar furtos em via pública e até mesmo no interior das lojas sem que nenhuma solução fosse tomada. “Muitas pessoas nem registravam boletim de ocorrência porque acreditavam que o caso não seria solucionado. Os bandidos se escondiam entre as bancas dos camelôs e se passavam por vendedores”, contou Santos.
A mudança dos camelôs para outras áreas ampliou a ação da polícia e reduziu o quantitativo de ocorrências nas avenidas Eduardo Ribeiro, 7 de Setembro, rua Henrique Martins e Praça da Matriz, entretanto, em outras áreas ainda ocupadas por ambulantes, como a Manaus Moderna e demais vias, os casos de roubos e assaltos continuam deixando a polícia em alerta.
Foto: Divulgação PM