Piratas dos rios passam a agir em Manaus assaltando embarcações e terminais no Ceasa
Os piratas dos rios vieram juntar-se aos assaltantes de ônibus, celulares e ladrões de carros que agem em Manaus e agora passaram a atuar em bairros da capital situados em orlas de rios ou igarapés. Na Ceasa, por exemplo, foram cinco assaltos nos últimos meses. Em Manaus, quando duas pessoas se aproximam em uma moto, o cidadão já sabe que é assalto. Nos rios a situação é similar: quando duas pessoas se aproximam do barco em uma lancha, é assalto.
Visando encarar o problema, representantes de sindicatos da categoria reuniram-se para traçar estratégias contra os piratas antes que ocorram assaltos com vítimas fatais, como ocorreu no dia 23 de janeiro, quando o tripulante de uma transportadora de Manaus foi assassinado por piratas enquanto a balsa em que trabalhava estava atracada em um terminal de Porto Velho.
A polícia precisa agir logo
Na reunião realizada entre os representantes do Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas (Sindarma), Sindicatos dos Fluviais da Seção de Convés (Sindflu) e dos Trabalhadores Aquaviários (Sintraqua), no dia 26 de janeiro, em Manaus, foi discutida a adoção de ações conjuntas para estimular os órgãos públicos de segurança a implantar medidas efetivas para assegurar a vida dos trabalhadores fluviais, diante dos constantes ataques de piratas nos rios e portos da região.
Para o vice-presidente do Sindarma, Madson Nóbrega, há uma necessidade urgente de reforçar a presença policial nos rios e também nas áreas dos terminais portuários do Amazonas. De acordo com dados apresentados na reunião, apenas na região do Ceasa, na zona Sul de Manaus, cinco embarcações e seus tripulantes foram assaltados nos últimos seis meses.
“Além dos ataques diários nos rios, as quadrilhas também estão assaltando os terminais do interior e da capital. As transportadoras de combustíveis, com ajuda das distribuidoras, já estão arcando para manter escoltas privadas dentro das embarcações e também estão arcando com vigilantes nos portos devido ao aumento desse tipo de prática, mas além dos custos altos, há falta de profissionais capacitados para dar conta da quantidade de criminosos que dominam os rios e as orlas fluviais no estado”, destacou Nóbrega.
Propostas
Entre as propostas apresentadas no encontro, por sugestão do Sindarma, foi acordada a elaboração de um documento único aprovado pelas três entidades, a ser entregue aos órgãos públicos, no qual apontam as áreas de maior risco e medidas emergenciais para coibir os ataques e ameaças. Os representantes dos sindicatos também pretendem promover reuniões com o Poder Público para acompanhar o avanço das atividades.
Fotos: Divulgação