Operação Nirmata da Polícia Federal fez a limpa em três agências de publicidade em Manaus, na manhã desta sexta-feira (9). Durante a coletiva de imprensa, a PF ressaltou o objetivo de identificar todos os autores envolvidos na criação de difamação eleitoral do prefeito David Almeida com o uso de inteligência artificial.
O crime aconteceu em dezembro de 2022, um dia após professores da Prefeitura Municipal de Manaus fazerem uma manifestação em frente à Prefeitura de Manaus. No dia seguinte, um áudio foi divulgado no dia seguinte com grande repercussão, pois foram atribuídos ao prefeito os insultos aos docentes que cobravam o pagamento do Fundeb.
Nove mandados de busca e apreensão, tendo como alvos um designer, três empresas de publicidade, sócios das empresas e dois compartilhadores da “fake News, além de mídias computacionais, computadores, celulares dos suspeitos, bem como os suspeitos intimados a depor na Superintendência da Polícia Federal.
O empresário Sebastião de Freitas Noronha, publicitário e especialista em Marketing Político, fundador da Sacada Publicidade, foi um dos alvos da operação e convidado a prestar depoimento na Sede da Federal.
A Polícia Federal disse que após tomarem conhecimento da denúncia feita pelo prefeito David Almeida, as investigações iniciaram e o primeiro alvo foi o designer de uma das agências visitadas pela PF, considerado o mentor. “Embora tenham usado a inteligência artificial, deixam rastros, e de acordo com os dados, esse computador utilizado era profissional utilizado com destino para guardar esse áudio”, comentou.
O Delegado de Direitos Humanos e Defesa Institucional da PF-AM, Rafael Grummt, explicou que duas pessoas que foram presas possuíam registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM) e dois ex-funcionários da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) foram os responsáveis por espalhar o áudio nas redes sociais.
Ainda de acordo com o delegado, as agências de publicidade têm ligações com grupos políticos e não está descartada a possibilidade de o mandante ser integrante eleitoral do Amazonas.
A PF ressaltou que as investigações não irão cessar, os depoimentos colhidos serão imprescindíveis para que possam descobrir como atuaram na produção dos áudios e as funções de cada pessoa envolvida, além de saber quem tenha autorizado o crime.