A insatisfação com o cancelamento de corridas por parte dos motoristas do aplicativo Uber, a demora em fazerem o estorno do dinheiro pago antecipadamente (quando fazem) via cartão de crédito e chantagens através de pagamento de (comissão) taxas para o motorista, voltaram à ordem do dia, em Manaus e no Brasil.
Esse problema é antigo. Em 2022, a Uber e a 99 foram multadas em R$ 8 milhões após uma onda de cancelamentos. Para o Procon, as empresas de transporte individual precisam ter um canal efetivo para atendimento ao consumidor.
Novo golpe
Agora o Uber inventou um novo golpe: quando o cliente pede o carro, já debitam o valor da corrida no cartão, isso sem o carro chegar. Se o carro não chegar ou cancelar, fica debitado; no caso de o motorista cancelar, para o cliente chamar um novo carro (aí entra o golpe) aparece uma placa de comissão para o motorista anterior de R$ 1, 3 e 5 reais.
Se não pagar, não chama
Enquanto o cliente não avalia e paga a comissão, a página para chamar o próximo carro não abre, o que só ocorre mediante o pagamento da propina, mesmo a corrida já tendo sido paga antecipadamente.
Espera e cancelamentos
Nas redes sociais, usuários relatam esperas de 1h30 e oito cancelamentos até conseguirem embarcarem. Isso acontece porque os motoristas da plataforma estão “escolhendo” as corridas mais lucrativas por conta do alto preço dos combustíveis.
Questionado, o Uber disse que os ganhos dos motoristas são “bem particulares porque são muitas as variáveis em jogo”. Segundo a plataforma, os parceiros da Uber são livres para decidir em quais dias e horários dirigir, quem dirige em dias e horários de maior movimento tem uma maior chance de ganhar mais.
O que diz o Código de Defesa do Consumidor
A prática de cobrança antecipada por um serviço não realizado, não só fere o Código de Defesa do Consumidor, como é caracterizada má-fé. O cliente não pode ser cobrado por uma viagem que, sequer, realizou.
Ao entrarmos em contato com a Uber, eles pedem uma série de dados do motorista e/ou passageiro para poder fazer as buscas. Fomos atendidos por Everto Arashiro, via e-mail, mas até a publicação dessa matéria não tivemos resposta.