Uma nova guerra de Tejucupapo se inicia em Manaus. Diferente daquela ocorrida na Zona da Mata de Pernambuco, onde as mulheres conhecidas como as 4 Marias (Maria Camarão, Maria Quitéria, Maria Clara e Maria Joaquina), lideraram em 1646 a resistência à invasão holandesa na região, aqui a luta é para provar que as quatro Marias ressurgiram em uma: Maria do Carmo Seffair, a Ducarmo, como já é conhecida do Zumbi ao Jorge Teixeira, na Zona Leste, em Manaus. E o motivo é outro: mostrar que as mulheres podem e devem participar da política partidária e influenciar nos resultados de 2 de outubro. A vinda da ex-primeira dama e presidente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro a Manaus para apoiar a chapa Alberto Neto/Ducarmo, mostra essa realidade. Por outro lado, os candidatos apoiados em nível nacional, por políticos proeminentes que ainda não vieram a Manaus, mostra que as mulheres saíram na frente.
Michelle estará em Manaus nesta quarta-feira (04/06), e promete fazer barulho. O dia começa com uma caminhada no centro da capital amazonense, prevista para as 10h, onde Michelle Bolsonaro, acompanhada pelos candidatos Alberto Neto e Maria do Carmo, estará presente. A caminhada promete atrair simpatizantes e eleitores, reforçando o apoio popular à coligação.
Mais tarde, às 18h30, um encontro exclusivo para convidados será realizado no Teatro Manauara. O evento reunirá vereadores da coligação e apoiadores, todos sob o respaldo do presidente Jair Bolsonaro. Este será um momento estratégico para fortalecer as alianças e reafirmar o compromisso com os valores defendidos pela direita em Manaus. A presença de Michelle Bolsonaro em Manaus é vista como um gesto significativo de apoio às candidaturas de Alberto Neto e Maria do Carmo, destacando a importância da mobilização da base conservadora na região.
Maioria dos cabos eleitorais é mulher
Em Manaus, um fato também chama a atenção: a maioria dos cabos eleitorais é composto por mulheres e isso é um fator que, segundo analistas políticos, vai influenciar muito as eleições. Maria do Carmo, que começou como pré-candidata a vice prefeita e terminou como vice de Alberto Neto, diferente do que se supunha, não perdeu a pose nem a simpatia que já tinha angariado entre o público feminino, principalmente o público de 16 a 18 anos, que já vota este ano.
“M” de Mulher e de Mãe
Para completar, as mulheres são maioria também entre as pessoas aptas a votar nestas eleições. Segundo o TSE, das 156.454.011 de indivíduos que poderão votar no pleito, marcado para os dias 2 (primeiro turno) e 30 de outubro, em eventual segundo turno, 82.373.164 são do gênero feminino e 74.044.065 do masculino. O número de eleitoras representa 52,65% do eleitorado, enquanto o de homens equivale a 47,33%.
Elas também são maioria no exterior
O número de eleitoras também é maioria no exterior. Das 697.078 pessoas que moram fora do país e se habilitaram para votar para o cargo de presidente da República, 408.055 (59%) são mulheres e 289.023 (41%) são homens. Esses números correspondem, respectivamente, a 0,26% do eleitorado feminino e a 0,18% do masculino do país.
Mulheres ainda são sub-representadas
Apesar de comporem a maioria parte da população brasileira, as mulheres continuam sub-representadas nos espaços políticos e de poder. Nas Eleições Gerais de 2018, apenas seis das 81 vagas do Senado Federal foram conquistadas por mulheres. Na Câmara dos Deputados, o cenário é semelhante: dos 513 eleitos, somente 77 eram do sexo feminino. Em 2018, apenas uma governadora foi eleita: Maria de Fátima Bezerra, no Rio Grande do Norte (RN).
Estímulo à participação feminina na política
Para incentivar a entrada e a permanência das mulheres na política, o TSE lançou, em junho de 2022, a nova campanha Mais Mulheres na Política 2022. Exibida nacionalmente em emissoras de rádio e de televisão, redes sociais da Justiça Eleitoral e no Portal do Tribunal, a campanha enfatiza a diferença entre o Brasil real, de forte presença feminina, e o Brasil político, universo no qual as mulheres ainda são minoria.