A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (1º), uma operação que investiga um vasto esquema de fraude, dentre os quais, a licitação ghost para a compra de 500 mil máscaras cirúrgicas descartáveis, adquiridas para o combate à COVID-19, pelas secretarias de Saúde de Manaus e do Acre.
De acordo com a PF, as investigações da Operação Ghost Mask apontaram que um grupo de empresários do Acre e servidores públicos do estado estariam envolvidos em um esquema que direcionava o processo licitatório, favorecendo uma empresa específica, através da manipulação de preços.
Ao todo, foram expedidos seis mandados judiciais cumpridos nas cidades de Rio Branco (AC), Manaus (AM) e São Paulo (SP). A ação foi coordenada pela 3ª Vara Federal Cível e Criminal da Justiça Federal.
SUDU no bububú
Em Manaus, um dos alvos foi o empresário João Moacir Pereira Filho, sócio-administrador da empresa de tecnologia educacional SUDU. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na sede da empresa, localizada na rua Belém, no bairro Nossa Senhora das Graças.
Governo do Amazonas no bolo
Em 2021, a SUDU firmou um contrato de R$ 30,2 milhões com o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Educação (Seduc), para fornecer kits tecnológicos, impressoras 3D, livros e materiais laboratoriais, além de capacitação em plataforma Arduíno, por ser uma empresa especializada na comercialização de livros, kits tecnológicos, materiais laboratoriais, licenças de software e capacitação, prestando serviços para diversos estados do país.
Fraude em licitações
A PF afirma que o objetivo do grupo era garantir que uma empresa específica fosse a vencedora da licitação. Além da fraude no processo licitatório, os investigadores descobriram indícios de lavagem de dinheiro.
Os envolvidos teriam realizado operações financeiras para disfarçar a origem ilícita dos valores obtidos com o esquema de fraude na compra das máscaras.
Outro ponto levantado na investigação é a suspeita de que a maior parte das máscaras compradas – e pagas – não foi entregue ao governo do Acre. Se confirmada essa hipótese, o prejuízo aos cofres públicos pode ultrapassar R$ 2 milhões, considerando valores atualizados.
Os envolvidos poderão responder por crimes como falsidade ideológica, fraude em licitação e lavagem de dinheiro. As investigações continuam para apurar todos os detalhes do esquema e confirmar a extensão do prejuízo causado aos recursos públicos.