O jogador Bruno Henrique é alvo de uma operação da Polícia Federal que apura “possível manipulação do mercado de cartões”, em um jogo do Flamengo válido pelo Campeonato Brasileiro, em novembro de 2023.
PF foi à casa de Bruno Henrique. Ele foi acordado pelos agentes, que levaram documentos e eletrônicos do atleta do Flamengo. Não há mandados de prisão.
O jogo sob suspeita, como confirmou a reportagem, é entre Flamengo e Santos, no dia 1º de novembro de 2023, pelo Brasileirão. Na partida, disputada em Brasília, Bruno Henrique levou amarelo por falta em Soteldo aos 50 minutos do segundo tempo. Ele reclamou muito com o árbitro Rafael Klein e imediatamente foi expulso. O Fla perdia por 2 a 1 e Gerson já havia recebido cartão vermelho.
Sede de empresa em que Bruno Henrique é sócio também foi alvo da PF. A reportagem apurou que os agentes realizaram mandado na BH27 Oficial Ltda, empresa cujo nome é formado pelas iniciais do jogador e pelo número que ele usa no Flamengo, e na DR3 – Consultoria Esportiva Ltda.
Instalações do Flamengo também foram alvo dos policiais. Os agentes estiveram no Ninho do Urubu e na Gávea, sede social. No CT, foram ao quarto do jogador.
Outro lado: a assessoria de Bruno Henrique informou que o atleta não vai comentar o caso por enquanto. O Flamengo, por sua vez, emitiu uma nota oficial e garantiu que dará “total suporte” ao atacante. O clube também confirmou que ele segue relacionado.
Mais de 50 policiais federais e 6 membros do GAECO/DF cumpriram 12 mandados de busca e apreensão. Os nomes dos alvos não foram divulgados.
Mandados foram expedidos pela Justiça do Distrito Federal. A operação da PF ocorre nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vespasiano (MG), Lagoa Santa (MG) e Ribeirão das Neves (MG).
Investigação começou a partir de comunicação realizada pela CBF. “De acordo com relatórios da International Betting Integrity Association (IBIA) e Sportradar, que fazem análise de risco, haveria suspeitas de manipulação do mercado de cartões na partida do Campeonato Brasileiro”, informa a PF, em nota.
No decorrer da investigação, os dados obtidos junto às casas de apostas, por intermédio dos representantes legais indicados pela Secretaria de Prêmios de Apostas do Ministério da Fazenda (SPA/MF), apontaram que as apostas teriam sido efetuadas por parentes do jogador e por outro grupo ainda sob apuração. “Trata-se, em tese, de crime contra a incerteza do resultado esportivo, que encontra a conduta tipificada na Lei Geral do Esporte, com pena de dois a seis anos de reclusão”, diz o MPRJ.