Até hoje, a única solução para contornar a falta de dentes é por meio de implantes dentários ou dentaduras. No entanto, um medicamento revolucionário capaz de regenerar os dentes perdidos está pronto para ser testado em humanos, após o sucesso dos testes em animais.
Embora um adulto tenha 32 dentes, cerca de 1% da população apresenta mais ou menos dentes devido a condições congênitas. Os cientistas estudaram as causas genéticas desses casos em busca de pistas para a regeneração dentária em adultos. De acordo com Katsu Takahashi, líder do estudo e professor da Escola de Medicina da Universidade de Kyoto, no Japão, as moléculas fundamentais responsáveis pelo desenvolvimento dos dentes já foram identificadas.
Rato tendo os dentes examinados
A equipe descobriu que ao suprimir um anticorpo para um gene chamado USAG-1 é possível estimular o crescimento dentário em camundongos que sofrem de agenesia dentária, uma condição congênita. A partir daí, os cientistas começaram a desenvolver um “remédio de anticorpo neutralizante” capaz de bloquear o USAG-1. Quando testados em camundongos e furões, os pesquisadores descobriram que os animais eram capazes de desenvolver novos dentes.
Um estudo sobre a descoberta foi publicado na revista científica Science Advances. O próximo passo é levar essa inovação para aplicação em humanos. Com esse objetivo, os cientistas já estão trabalhando em uma série de ensaios clínicos que ocorrerão durante 2024, com a esperança de que o medicamento esteja disponível por volta de 2030.
Após o medicamento passar pelos testes necessários, os pesquisadores esperam disponibilizá-lo para o tratamento de crianças de 2 a 6 anos que apresentam sinais de anodontia, distúrbio genético que resulta na ausência de dentes. “De qualquer forma, esperamos ver um momento em que a medicina de crescimento dentário seja uma terceira opção ao lado de dentaduras e implantes”, afirmou Takahashi em entrevista ao site The Mainichi.