A igreja, que é tombada como patrimônio histórico do Amazonas, abre apenas uma vez ao ano e está localizada na Cachoeirinha. Seu nome real, Capela de Santo Antônio, tem uma das histórias mais intrigantes da cidade. Isso porque ninguém sabe ao certo o real motivo da igreja ter sido construída, principalmente em um terreno particular. Ela abre apenas uma vez ao ano, com capacidade média de 20 pessoas.
A capela possui várias versões em relação a sua origem. Em 1875, um português chamado Antônio José da Costa se mudou para Manaus, na rua da Instalação, no Centro da cidade, e conheceu José Joaquim de Souza Júnior, com o qual fundaria um pequeno negócio, chamado de Comércio Costa & Souza.
O porquê do nome
Devoto de Santo Antônio, o comerciante reservou um espaço, em uma das prateleiras do seu estabelecimento comercial, para colocar uma imagem do santo adquirida em Belém. Ao final de cada dia de trabalho, antes de fechar o comércio, Costa rogava ao seu protetor: “Meu Santo Antônio, protegei este pobre diabo”. Por conta disso, o português acabou sendo apelidado como ‘Pobre Diabo’.
Em 1878, Costa encerrou a sociedade com Souza e levou consigo a imagem do seu Santo Protetor. Ele chegou a montar um novo estabelecimento denominado ‘O Pobre Diabo’, em alusão ao seu apelido. Anos depois, o comerciante adoeceu. Então, sua esposa, também devota de Santo Antônio, fez uma promessa pela cura do marido. Caso o pedido fosse atendido, ela iria construir uma capela para Santo Antônio. Após estar reabilitado, a esposa do comerciante construiu a capela, hoje conhecida como ‘Capela do Pobre Diabo’.
Restauração
Com quatro metros de frente por oito de profundidade, a Capela foi construída toda em tijolo e pedra, ladrilhada de mosaicos. Sua bênção foi realizada no dia 13 de junho de 1901 pelo então bispo diocesano Dom José Lourenço da Costa Aguiar. Somente duas décadas mais tarde, em 1922, que a capela receberia a sua primeira restauração.
Outra versão dessa mesma narrativa, conta que em 28 de outubro de 1897, dona Cordolina Rosa de Viterbo, esposa do comerciante, cedeu a pequena igreja para a Diocese de Manaus, para o culto a Santo Antônio de Lisboa, porém, com a condição de que, em vida, ela seria a zeladora do templo.
A origem da capela tem mais outra versão a ser contada: um morador de rua dormia todos os dias ao lado da capela. Questionado sobre o motivo de não entrar no local, o mesmo apenas dizia ser “um pobre diabo”.
Por meio da Lei 8, de 28 de junho de 1965, aprovada pela então Assembleia Legislativa do Estado, a Capela de Santo Antônio do Pobre Diabo foi tombada como Monumento Histórico (D.O.E., de 30 de junho daquele mesmo ano). Mais de 20 anos depois, a lei foi reforçada pelo Decreto Estadual 11.036, de 12 de abril de 1988. Na década seguinte, em 1997, a pequena igreja foi novamente restaurada.