Um fato inusitado veio trazer à baila uma discussão que vem gerando controvérsias desde a Idade Média, muito embora a Igreja Católica sempre tenha batido na tecla da existência de vampiros e lobisomens.
Com o passar do tempo e com a indústria do cinema tendo massificação o mito do vampiro com seu Nosferatu, esse personagem entrou de vez na área da mitologia, passando a servir de fantasias em Halloweens e Carnaval. Mas, e se todo mito ou lenda tivesse nascido de um fato real?
É o que estão discutindo cientistas e historiadores, após operários que alargavam rua na vila de Luzino, na Suíça, descobrirem esqueletos, alguns decapitados e outros com moedas em suas bocas – sinais de crença no “retorno dos mortos”
O achado, uma vala comum, continha as ossadas de 450 pessoa, que foram enterradas nos anos 1800 como supostos “vampiros”. No momento da descoberta, os operários alargavam a rua Kościelna perto de uma igreja.
Sinais de tortura
Alguns esqueletos foram decapitados, os crânios colocados entre as pernas e uma moeda depositada em suas bocas. A prática comum na região durante o século 19 era parte de um costume para eliminar a “maldição dos vampiros”.
Após o achado, especialistas em arqueologia foram acionados para investigar os enterros, que pertenciam a um antigo cemitério sob a igreja polonesa.
“Descobrimos exemplos de crença nos mortos voltando do túmulo, que só poderiam ser interrompidos por decapitação”, explica o arqueólogo Maciej Stromski, ao site polonês The First News. “Acreditava-se que se um membro da família do falecido morresse logo após o funeral, então ele ou ela poderia ser um vampiro”, disse ele. Segundo o arqueólogo, em cerca de 30% das sepulturas descobertas havia tijolos colocados no falecido ao lado de suas pernas, braços e cabeça. Em várias de suas bocas havia moedas, uma das quais era de 1846.
Ele conta que a equipe descobriu uma mulher decapitada com um crânio de uma criança colocado em seu peito. Conforme o portal de notícias polonês Nadmorski24, a pesquisa arqueológica da rua Kościelna já dura dois meses.
A igreja onde os esqueletos humanos foram descobertos foi construída no início do século 18, e depois ampliada depois de 1945. Em algum momento, foram designados locais no cemitério onde grandes quantidades de ossos foram depositados em ossuários.
Segundo os arqueólogos, a descoberta dos “vampiros” era muito provável, porque o enterro em igrejas era uma prática comum. A disposição dos ossos e objetos ao redor dos mortos confirma as práticas “anti-vampiros” conhecidas na literatura, contos populares e pesquisas arqueológicas anteriores.