Los Angeles parece mais a Cidade dos Anjos caídos. Vazia e sem forma, tipo Gaza ou Hiroshima após a ‘Destruidora de Mundos’ agir. Um incêndio que começou pequeno e cujas causas ainda estão no terreno das cogitações mostrou que, tanto lá, como ano passado no Brasil e aqui no Amazonas, as autoridades não estavam e não estão preparadas para combater as causas e as chamas.
“O dado concreto é que a gente não estava 100% preparado para cuidar desse tipo de coisa”, disse Lula, em reunião com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso.
Velocidade de furacão
Segundo Anthony Marrone, um dos coordenadores do Corpo de Bombeiros, a baixa umidade do local, os chamados ventos de Santa Ana – com velocidades próximas às de um furacão – e a falta de infraestrutura foram as principais causas da enorme devastação. “Não temos bombeiros suficientes para lidar com quatro incêndios desse tamanho de uma vez. Talvez um ou dois incêndios de médio porte, mas não isso”, explicou.
Fornalha no Amazonas
Ano passado, o Amazonas registrou 21,6 mil incêndios já considerado o pior ano, em número de focos de calor desde 1998, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou a série histórica. Se este ano acontecer novamente, estamos preparados?
Ideologias pegando fogo
Lá, como aqui, Esquerda e Direita estão em um duelo, mais ideológico que material, que deixa o povo sempre como a parte mais fraca da corda. Um mês antes dos incêndios se alastrarem por Los Angeles nesta semana, a chefe dos bombeiros da cidade afirmou que os cortes no orçamento da corporação estavam prejudicando a capacidade do departamento de responder a emergências.
Segundo Kristin Crowley, o financiamento do Departamento de Bombeiros de Los Angeles (LAFD) diminuiu em 17,6 milhões de dólares, ou 2%, entre os anos fiscais de 2024-25 e 2023-24, de acordo com documentos orçamentários da cidade.
Entrou muda e saiu calada
A prefeita Karen Bass, de Los Angeles, tentou desviar as críticas à resposta da cidade a uma série de incêndios descontrolados durante uma coletiva de imprensa na quinta-feira, na qual enfrentou perguntas incisivas sobre a preparação da cidade – e dela própria – diante de um dos maiores desastres naturais da história do estado da Califórnia. Bass ficou calada e sem ação quando perguntada por uma jornalista se a consciência dela não a acusava.
Como estamos em Manaus
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Amazonas, coronel Alexandre Freitas, explicou que, ano passado, a ideia era implantar brigadas em 21 municípios que representavam 95% das queimadas no estado, bem como adquirir equipamentos para aumentar a ação de resposta contra incêndios ilegais.
“Esse projeto visa a construção de bases no interior do estado e uma base na Região Metropolitana. Essas bases serão fixas e há também compra de viaturas, caminhões, pick-ups, kits pick-up, que se acoplam na pick-up para combater incêndio em áreas onde o caminhão não tem acesso. Enfim, um aparato de materiais e equipamentos para que a gente possa ampliar a nossa ação e atuação no interior do estado”, afirmou, à época, o comandante.
Dá pra fazer também este ano. Dinheiro tem…e muito. O Governo Federal autorizou R$ 514 milhões para combate aos incêndios na Amazônia, isso além do governador Wilson Lima ter recebido do BNDES mais R$ 45 milhões em recursos para o combate às queimadas aqui no Amazonas. Vamos ver quando o verão voltar.