A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (22/1), a Operação Última Marcha, que investiga grupo de motoqueiros que realizou ataque criminoso contra Agente de Polícia Federal, na madrugada do último sábado (18/1), por volta das 1h30, na zona centro-sul de Manaus.
Foram mobilizados 22 Policiais Federais para o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados. As ordens judiciais visam elucidar a motivação do grupo, que agrediu fisicamente o policial.
Desmaiaram a moça
Toda a ação do ataque foi filmada por câmeras de um circuito de segurança, o que facilitou a identificação dos participantes do ato criminoso. A vítima, já desacordada, foi socorrida por Policiais Militares que faziam a ronda no bairro, momento em que os homens evadiram do local levando a carteira funcional do policial.
Os envolvidos poderão ser responsabilizados pelos crimes de tentativa de homicídio qualificado, associação criminosa e roubo majorado, entre outros. A soma das penas previstas para os delitos investigados pode ultrapassar 20 anos de prisão.
Já lincharam um pai de família após o acidente
“Eles tiraram da gente uma pessoa que trazia alegria.” Foi assim que Carmem Rego, ex-nora do empresário Jones Mota Lopes, de 54 anos, descreveu o sentimento após o assassinato do homem, ocorrido em agosto do ano passado. Ele foi linchado por um grupo de motociclistas na Avenida Autaz Mirim, no bairro Tancredo Neves, Zona Leste. Jones Lopes deixa três filhos: um de 39 anos e dois adolescentes, uma menina de 15 anos e um menino de 12 anos de idade.
O empresário também tinha quatro netos, de idades entre 20 e 25 anos. O caçula é o filho de Carmem. Ela disse que Jones era um avô muito presente e fazia questão de manter os netos por perto, levando-os para passeios, organizando churrascos e sempre divertindo todos ao seu redor.
“Ele colocava as crianças no carro e a gente ia embora passar os finais de semana fora, tomar nossos cafés, fazer nosso churrasco, sempre com música e muita alegria. Era uma pessoa super alto astral, que fazia amizade com todo mundo, uma pessoa honesta, trabalhadora, que vivia para a família. Era um ser humano muito correto e justo nas coisas dele”, relatou Rego.
O crime
A versão contada por testemunhas é de que a vítima bateu em um motociclista, próximo à rua do Fuxico e fugiu sem prestar socorro. Jones era asmático e a família acredita que essa talvez tenha sido a razão pela qual ele saiu de casa.
“Jamais ele faria isso por maldade, mas ele se viu em um momento tão acuado, quando viu pelo retrovisor a quantidade de gente que tinha atrás dele. Não é que ele não quisesse prestar socorro, ele ficou com medo de acontecer justamente o que aconteceu”, disse a ex-nora.
O corpo de Jones Lopes foi velado com o caixão fechado, pois, segundo a família, estava com o rosto desfigurado. Os familiares esperam agora que a Justiça seja feita. “Ele pedia: ‘Por favor, não me mata, eu tenho dois filhos me esperando em casa’. Agora vão ficar apenas as lembranças da pessoa alegre que ele era.”