O senador Omar Aziz fez, nesta quarta-feira (29), uma dura crítica aos ministros que ele chamou de “militantes” do governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva, em especial a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Aziz ressaltou que no atual governo, tem ministro que criticou muito o presidente no passado, inclusive mudando de partido
“Não suporto ministro militante dentro do governo e tenho restrições a ministro que não era para nem estar aí (no governo), que lá atrás, em 2003, 2004, inclusive, saíram do PT porque não concordavam (com o governo Lula). É possível você discutir desenvolvimento sustentável com o agronegócio. Você não vê uma foto da ministra Marina [Silva] sentada com lideranças do agronegócio há dois anos”, declarou o senador.
Firme e forte
Apesar da crítica forte aos “ministros militantes” encastelados no governo e a fraqueza das lideranças do governo na relação com o Congresso Nacional, Omar Aziz reafirmou o apoio dele a Lula e as pautas defendidas pelo presidente no Legislativo.
“Hoje, o presidente tem 39 ministros. Ninguém pode dizer que eu não sou aliado do presidente Lula desde o primeiro momento, da primeira hora. Não sou aliado depois que ele se elegeu presidente. Eu tenho uma relação com o presidente muito forte, tenho respeito, carinho, e sei das boas intenções que o presidente tem com o Brasil, e principalmente com o menos favorecido”, afirmou Omar Aziz.
Gleise é só mais uma
Sobrou até para a Gleise, possível indicação da presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffman (PT), para um ministério, como foi fortemente especulado nesta quarta-feira. Na avaliação do senador pelo Amazonas, Gleisi seria mais uma “ministra militante” para atrapalhar o governo de Lula.
Gleise versus Haddad
“A Gleisi faz críticas ao Haddad. Como é que você vai botar uma ministra que faz crítica a outro ministro? Me explica aí isso. Como é que você faz isso, hein? Eu queria entender o raciocínio”, argumentou o senador.
Ainda indefinido poio a Alcolumbre entre senadores do Amazonas
O senador Plínio Valério (PSDB) é o único da bancada do Amazonas que ainda não decidiu se vai votar no senador David Alcolumbre (União Brasil) para a presidência do Senado. A eleição acontece no próximo sábado (1/2) e o amapaense é franco favorito para voltar a comandar o Congresso Nacional.
“A eleição dele é irreversível. Tem apoio de Lula e Bolsonaro (Jair, ex-presidente). Tenho que pensar nisso”, afirmou Plínio. Os colegas de bancada de Plínio, os senadores Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB), já estão fechados com o senador amapaense. Alcolumbre presidiu o Senado entre 2019 e 2020 ao bater na eleição o senador Renan Calheiros (MDB/al). Desta vez, ele conta com apoio de praticamente todos os partidos e soma, em tese, 79 votos entre os 81 congressistas.
Placar pode mudar
O número leva em conta todas as legendas que anunciaram voto no amapaense. Mas o placar final pode passar por mudanças, dada as possíveis mudanças de última hora. Uma dessas mudanças possíveis é a provável candidatura do senador Marcos Pontes (PL/SP), que prometeu contrariar a indicação do PL e do próprio Bolsonaro e bater chapa contra Alcolumbre.
Com a definição do nome que vai presidir o Senado, e por conseguinte o Congresso Nacional, os blocos partidários se articulam para garantir um lugar na Mesa Diretora do Senado, que é formada pelos vices-presidentes (2) e os secretários (4), mais quatro suplentes. Essa decisão deverá ser tomada também no sábado.
Para a primeira sessão sob a nova presidência, na próxima segunda-feira, as articulações vão tratar a formação e composição das 16 Comissões Temáticas do Senado e das vagas nas três comissões mistas (formadas por senadores e deputados). Das comissões mistas, a mais importante e a Comissão Mista do Orçamento (CMO), que em 2025 será presidida por um senador. Das comissões temáticas, a maior briga será pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) seguida pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).