Manaus foi a cidade brasileira que mais emitiu alertas de desastres naturais, do ano passado para cá, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Lideramos o ranking, com 50 alertas emitidos, seguida por Belo Horizonte e São Paulo, que tiveram 41 alertas cada. Moradores de diversas áreas enfrentam problemas semelhantes, como a crescente cratera no Núcleo 23, que já dura quatro anos e continua sem solução, apesar das visitas técnicas.
Em outros locais da cidade, como o bairro Cidade Nova, são registrados 104 pontos de risco, conforme a Defesa Civil. A situação se agrava com os deslizamentos ocorridos no Monte das Oliveiras e na Colônia Terra Nova, que deixaram feridos no ano passado. A preocupação persiste, com os moradores ainda sem uma resposta efetiva das autoridades.
Origem hidrológicas
De acordo com o Cemaden, Manaus ocupa a oitava posição no ranking de municípios com maior número de ocorrências de desastres naturais, com 19 incidentes registrados, a maioria de origem hidrológica, como enchentes e enxurradas, seguidos pelos deslizamentos em áreas urbanas vulneráveis.
A situação, que se agrava com as chuvas intensas típicas deste período, é reflexo do crescimento urbano desordenado, levando muitas famílias a se estabelecerem em áreas de risco por falta de opções.
Improvisando com as adaptações
A Defesa Civil Municipal tem realizado adaptações para atender as demandas emergenciais.
Com o aumento da vulnerabilidade e a escassez de soluções definitivas, os moradores de Manaus seguem na expectativa de ações concretas para mitigar os riscos e proteger suas vidas e propriedades durante este período crítico de chuvas.
Crescimento desordenado
Um dos principais motivos deste quadro, é o crescimento acelerado e sem o devido acompanhamento de infraestrutura é um dos fatores que contribuem para o aumento das áreas de risco em Manaus. O Serviço Geológico do Brasil realiza o mapeamento dessas áreas na capital amazonense e elabora relatórios sobre a situação.
Com base no relatório publicado e entregue à Defesa Civil, isto em 2019, as zonas Leste e Norte – as mais populosas da capital – já concentravam o maior número de áreas de risco.
Problema antigo
Na zona Leste de Manaus, no relatório de 2019, sobre o mapeamento das áreas de risco geológico na zona urbana, identificou 22 mil imóveis situados em áreas vulneráveis. A estimativa populacional aponta que 79.604 pessoas estão expostas a deslizamentos de terra, inundações e voçorocas, sendo 31.976 classificadas em risco alto ou muito alto.
Seis anos após a publicação do relatório, a situação, com base nas áreas já mapeadas e analisadas pelo SGB, não demonstra avanços significativos para a população das duas zonas administrativas mais populosas da capital. As zonas Leste e Norte continuam concentrando o maior número de setores de risco em Manaus. Em meio ao cenário nacional, Manaus desponta como a cidade brasileira com o maior número de alertas de desastres em 2024, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).