Olá, sou o Aluísio Santiago e trabalho como segurança em uma fábrica na Zona Leste, na área do Distrito 2, já começando o Puraquequara. Minha história é a seguinte: em 2014 trabalhava como segurança em uma indústria de metalurgia- não esta onde trabalho agora – e desempenhava essa função há quatro anos; trabalhar de noite sem poder tirar um cochilo não é fácil, mas ganhava razoavelmente bem.
Era uma sexta-feira no início do meu turno, chovia muito pois era o inverno amazônico e eu ficava na guarita. Meu turno começava às 21:30 horas e terminava às 5:30 horas da manhã, quando a equipe chegava para abrir a fábrica, às 6:00 horas. Eu estava assistindo vídeos no celular e eram cerca de 2 horas da manhã e minha bateria estava para acabar, então decidi deixar o aparelho carregando na guarita e resolvi fazer a ronda pelo perímetro, já que a chuva havia passado e caía só um chuvisco fino.
Foi quando vi uma moça sentada vestida de branco, em um ponto de ônibus próximo, toda molhada e tremendo de frio. Algo nela parecia estranho e, conforme me aproximei, percebi que ela não era normal. Quando tentei dar a volta, ela já tinha notado minha presença. Perguntei se estava tudo bem e antes que eu terminasse, ela se levantou e começou a gritar desesperada, parecendo flutuar no ar.”Me ajuda! Me ajuda, moço!”.
Perguntei se a haviam machucado, pois havia sangue escorrendo dos olhos e boca dela, ou se tinha alguém atrás dela. E ela só respondeu: “Socorro! Me ajuda!”Corri até a guarita para pegar o celular e ligar para a polícia, já que não usávamos arma de fogo, mas quando cheguei na guarita, olhei para trás e ela havia sumido. Mas era impossível pois eram menos de vinte metros.”Fiquei tão chocado que nem vi quando o pessoal chegou para trabalhar.
Ansioso, contei o que tinha acontecido e um deles me disse que, nas proximidades dali, uma garota havia sido assassinada por usuários de drogas.Nunca mais vi aquela garota e uma semana depois pedi demissão, pois comecei a ter pesadelos todas as noites com ela. Hoje, trabalho em outra empresa, mas trabalho no primeiro turno. Fiquei com síndrome do pânico e ainda não me recuperei totalmente, pois sei que vi um fantasma.