Reportagem do jornal El País escancarou o que se passa no coração da Amazônia, onde um teatro sujo se repete: empresas como a BR Arbo e instituições como a FAS (Fundação Amazônia Sustentável) usam a floresta e seus povos como fachada para enriquecer à custa da ignorância alheia. Com discursos melosos de sustentabilidade e promessas de “desenvolvimento verde”, criam um mercado bilionário de créditos de carbono, à base de contrato enganoso, cooptação barata e zero consulta às comunidades. A regra é clara: quanto menos informação o povo tem, mais dinheiro eles ganham.
Segundo matéria do jornal El País, transcrito e publicado nas redes sociais por Dermilson Chagas, ex-superintendente regional do Trabalho e ex-deputado estadual, o Projeto Mejuruá, por exemplo, abrange 900 mil hectares de floresta. Com estimativas do mercado, isso renderia mais de R$ 1 bilhão em créditos de carbono — uma fortuna construída em cima de promessas falsas, mentiras jurídicas e opressão silenciosas.

Dermilson conhece o interior como ninguém
Dermilson Chagas, quando superintendente regional do Trabalho, foi um dos mais combativos contra o trabalho escravo, tentou acabar com a Máfia dos atracadores no Porto de Manaus, os práticos que chegam a ganhar até R$ 300 mil de salário, um negócio lucrativo que passa de pai para filho, e sempre repudiou a exploração do trabalho dos ribeirinhos por Ongs e organismos nacionais e internacionais.
“É o tipo de “negócio sustentável” que sustenta jatinho, hotel cinco estrelas e evento internacional — enquanto o ribeirinho continua sem luz, sem terra regularizada, sem saúde e com fome”, escancara a matéria.

Enganou até o Papa
Virgilio Viana – que tem o nome envolvido em 17 processos, a maioria é do TJSP, seguido por TJMG, segundo o Jusbrasil – , o rosto simpático da FAS, foi nomeado pelo próprio Papa Francisco para representar a Amazônia em discussões globais. Esperamos que o Vaticano investigue mais a fundo a “sustentabilidade” que ele prega. Porque na prática, o que ele vende não é o que ele faz. Enquanto posa para fotos com autoridades, seus aliados pressionam analfabetos a assinarem contratos que tiram deles o pouco que ainda têm: o direito à terra, à cultura e à dignidade.
E qual foi o impacto real da FAS nas reservas? Que desenvolvimento chegou às comunidades? Onde está o hospital, a escola, o saneamento básico? O IDH continua um dos mais baixos do país. Nada mudou. O único progresso foi na conta bancária dos que falam em nome da floresta, mas vivem dela.

Ribeirinhos aliciados
Enquanto isso, os ribeirinhos são aliciados com promessas de internet via satélite e poços artesianos em troca do silêncio. Mentem sobre usucapião, sobre regularização fundiária, espalham fake news dentro das comunidades e jogam vizinho contra vizinho. E a certificadora Verra? Continua carimbando projetos como se tudo estivesse regular.

FAS é uma rede de arrastão
“Desconfiem dos homens que vivem dos seus ideais”, escreveu Millôr Fernandes. A FAS e sua rede vivem de ideais vendidos em TED Talks e reuniões da ONU, mas lucram explorando os mais fracos — os esquecidos, os analfabetos, os invisíveis.
Isso não é sustentabilidade. Isso é crime social, ambiental e espiritual. É escravidão moderna disfarçada de floresta protegida. E deve ser denunciado como tal — sem meias palavras, completa.