Raul Seixas, nascido em 28 de junho de 1945, transcendeu a música para se tornar sua maior obra: o personagem Raul Seixas. Assim como John Lennon e Jim Morrison, ele foi uma figura pública que moldou gerações.
Inicialmente, Raul não sonhava com a música, mas sim em contar histórias, inspirado por Jorge Amado. No entanto, a figura de Jerry Adriani o levou ao Rio de Janeiro. Começou nos bastidores, compondo para a Jovem Guarda e produzindo outros artistas. Em 1971, lançou “Vida e Obra de Johnny McCartney”, um disco conceitual pioneiro, mas censurado pela ditadura militar. A mesma sorte teve “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10”. Essas experiências o ajudaram a entender o cenário musical brasileiro.
Com discos como “Krig-Ha Bandolo!” (1973) e “Gita” (1974), Raul se consolidou como fenômeno do rock, alternando sucessos populares com épicos existenciais cheios de referências esotéricas. Contudo, a imersão no personagem e problemas com álcool e drogas isolaram-no no mercado. Mesmo assim, nos anos 80, ele ainda arrastava multidões e emplacou hits como “Carimbador Maluco”.
No último ano de vida, fez dezenas de shows com Marcelo Nova, lançando seu último disco em 1989, dois dias antes de morrer aos 44 anos. O legado de Raul, que misturava a polêmica com a genialidade, fez dele a personificação do rock brasileiro. Sua obra, com músicas que vão do direto ao complexo, é um marco para qualquer compositor.
Oito décadas após seu nascimento, a importância de Raul Seixas segue viva, inspirando novas gerações de artistas, séries e exposições. Sua “magia” musical continua a encantar a cultura brasileira.
Fonte: Toca Uol