Neste domingo (20), faleceu a cantora Preta Gil, aos 50 anos, após uma longa luta contra o câncer. A artista, que enfrentava sérios desafios de saúde desde 2023, foi diagnosticada com adenocarcinoma no reto. Embora tenha anunciado uma remissão da doença no início do tratamento, em agosto de 2024, ela precisou retomar os cuidados após detectar a recidiva, com a doença se espalhando para outras partes do corpo.
Carreira e legado de Preta Gil
Filha do renomado cantor e compositor Gilberto Gil, Preta nasceu no Rio de Janeiro em 8 de agosto de 1974. Ela iniciou sua carreira musical nos anos 2000, transitando por diversos gêneros, como MPB, pop, axé e funk. Além da música, Preta se destacou também como apresentadora de TV, influenciadora digital e empresária, sendo responsável pela organização de eventos de grande porte como o “Bloco da Preta”, um dos maiores blocos de Carnaval do Rio de Janeiro.
A artista também se tornou uma importante defensora da diversidade, do empoderamento feminino e do combate à gordofobia, utilizando sua visibilidade para levantar questões sociais importantes.
Última aparição pública
Uma das últimas aparições de Preta Gil foi em maio, quando subiu ao palco durante um show de seu pai, Gilberto Gil, em São Paulo. Os dois cantaram “Drão”, com um momento emocionante quando Gil chorou ao ver a filha, ainda em tratamento, enquanto imagens da família eram exibidas nos telões. A plateia aplaudiu de pé e gritou seu nome em coro, reconhecendo a força da cantora.
Tratamento e desafios de saúde
Preta Gil foi diagnosticada no início de 2023 com adenocarcinoma, um tipo de tumor maligno no reto. Após um tratamento inicial, ela anunciou que estava em remissão. Contudo, em agosto de 2024, a doença retornou e afetou outras áreas do corpo, incluindo linfonodos, o peritônio e a ureter.

No final de 2024, a cantora passou por uma cirurgia de 21 horas para a remoção de tumores. Durante a recuperação, ela compartilhou os desafios que enfrentou, como o uso de uma bolsa de colostomia, uma condição que se tornaria definitiva. Em suas palavras: “Só melhora. Mas é difícil. É um reaprender a fazer muitas coisas. Eu tô aprendendo a lidar com a bolsa de colostomia, dessa vez definitiva. Eu vou ficar para sempre com essa bolsinha e sou muito grata a ela por isso.”

Entendendo a recidiva do câncer
O retorno do câncer, conhecido como recidiva, pode ocorrer mesmo após o tratamento inicial. Pequenas áreas tumorais que não são detectáveis nos exames de imagem podem permanecer no corpo e, com o tempo, causar a reaparição da doença. A recidiva pode ocorrer no local original do tumor (recidiva local), em regiões próximas (recidiva regional) ou em outras partes do corpo (metástase distante).
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), a recidiva geralmente é identificada durante consultas de acompanhamento, que devem ser realizadas a cada três meses nos primeiros anos após o tratamento, com exames como tomografia e pet-scan para monitoramento.