Moto Honda da Amazônia, Tutiplast, Novamed e Toca da Pitaya apresentaram à imprensa, nesta terça (9), seus investimentos e expectativas de expansão no Polo Industrial de Manaus, nos próximos anos. A apresentação das empresas que representam, respectivamente, os polos de duas rodas, termoplástico, farmacêutico e de agroindústria do PIM, se deu na segunda edição do projeto “Raízes do Investimento”, uma iniciativa da Sedecti (Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas). O evento foi realizado na sede da Fieam, com o objetivo de aproximar o setor produtivo da sociedade e reforçar o valor da ZFM.
A indústria da Zona Franca conta com mais de 500 indústrias instaladas, com investimentos em áreas de engenharia, tecnologia, formação e produção industrial. O modelo gera mais de 500 mil empregos diretos e indiretos, em torno de US$ 10 bilhões em investimentos produtivos e apresenta um faturamento anual médio de US$ 40 bilhões. De janeiro a junho deste ano, os segmentos industriais do PIM que mais faturaram foram os de bens de informática (US$ 4.20 bilhões), duas rodas (US$ 3.90 bilhões), eletroeletrônico (US$ 3.10 bilhões) e químico (US$ 1.90 bilhão), correspondendo a fatias respectivas de 21,53%, 19,81%, 16,56% e 10,90%, conforme a Suframa.
“Agregamos muito valor. Entre 90% e 95% de nossa indústria está no ‘estado da arte’, em nível mundial. Infelizmente, as pessoas não sabem disso, e falam de ‘maquiagem’. Existe um patamar de transformação aqui que você não vê em nenhuma outra zona franca industrial do mundo”, afiançou o secretário executivo da Sedecti, Gustavo Igrejas.
O Relações Institucionais da Abraciclo, Anderson Chaves, reforçou que o Centro-Sul do país “comenta muito, mas vive pouco” a ZFM. “A Abraciclo tem 14 a 15 associadas e mais de 20 mil empregos gerados no PIM, temos alta verticalização e alto nível de tecnologia. As motos fabricadas aqui são as mesmas fabricadas na Europa. Combinado a isso, o subsetor olha muito também para a questão ambiental e insustentável. Nossa indústria é limpa e não tem chaminés”, frisou.
Fortalecimento e protagonismo
Presente em Manaus desde 1976, a Honda se consolidou como um dos maiores complexos industriais do PIM, sendo a unidade da multinacional mais verticalizada no mundo. A fábrica emprega mais de 9.000 colaboradores diretos e gera mais de 100 mil empregos em toda a cadeia produtiva nacional, com uma rede de 1.100 concessionárias no Brasil. De janeiro a julho de 2025, produziu mais de 872 mil unidades, com crescimento de 15%.
“A Honda continua acreditando na motocicleta como solução de mobilidade para o Brasil. Temos várias estratégias e uma delas é o fortalecimento de nosso line-up, com a maior renovação de produtos em nossos 49 anos de produção no Brasil. Também vamos continuar evoluindo para consolidar o protagonismo da marca no mercado”, garantiu o head da Divisão de Produção da Moto Honda, Qualidade e Logística, Lourival Barros, acrescentando que “o desenvolvimento sustentável é fundamental”.
A Tutiplast Indústria e Comércio está instalada na Zona Franca desde 1993, atuando no subsetor termoplástico com a injeção de componentes e peças técnicas para 15 segmentos da economia, como linha branca, duas rodas, eletroeletrônico, automotivo e iluminação, destinados a 60 clientes. Com investimentos somados de R$ 180 milhões, e previsão de produção de R$ 450 milhões em 2025, a empresa gera 2.000 empregos diretos e indiretos, mantendo-se próxima aos principais players da região. No campo da sustentabilidade, a empresa investe no desenvolvimento de biomateriais e biopolímeros.
“Partimos para uma nova etapa, que é a de inovação e bioeconomia. Investimos bastante e criamos o Instituto Mawé, para que nossos projetos, estudos e pesquisas sejam feitos em parcerias, e apartados da empresa. Estamos com três plantas e começamos uma recentemente no Sudeste. Nossa unidade na Paraíba já fatura mais de R$ 100 milhões e tem previsão de chegar a R$ 200 milhões em um ano. E estamos entre as cinco maiores empresas empregadoras do PIM”, listou a diretora da Tutiplast, Mariana Barrella.
A Novamed Fabricação de Produtos Farmacêuticos Ltda, está há 11 anos na ZFM, sendo referência no subsetor farmacêutico com a produção de medicamentos sólidos e suplementos alimentares. Já investiu R$ 600 milhões e, para 2025, projeta produção de R$ 3 bilhões, empregando 1.042 pessoas. Entre as novidades, a empresa lançará medicamentos em comprimidos orodispersíveis, tecnologia inovadora que facilita a absorção pelo organismo e aumenta a eficácia, além de ampliar sua atuação com a produção da linha de Bexai, anti-inflamatórios não esteroides.
“Somos uma empresa do Grupo NC, holding que reúne companhias de logística, energia, desenvolvimento imobiliário e fármacos. Nossa missão é cuidar das pessoas, com a disponibilização de produtos inovadores e acessíveis. Nossa visão é ser reconhecida como a maior empresa farmacêutica do Brasil. Nossos valores são a simplicidade, a ação e a inovação. E um pilar da nossa inovação é o pioneirismo. Nossa fábrica no PIM supre 70% do medicamento sólido do grupo”, relatou a gerente tributária institucional, Luciana Viana.
Operante na ZFM desde 2015, a Toca da Pitaya Comércio de Frutas Ltda atua no agronegócio com a produção de pitaya fresca e já projeta para 2025 um faturamento acima de R$ 2 milhões. A empresa gera mais de 100 empregos diretos e indiretos e tem nos incentivos e parcerias da Zona Franca um diferencial para ampliar sua produção. Como novidade, prepara o lançamento de pitayas congeladas em cubo, aposta na diversificação de produtos e no aproveitamento de novas oportunidades de mercado. No evento, foi representada pelo presidente Cleber Adauto de Medeiros.
“Somos o maior produtor de pitaya no Brasil, com produção de 250 toneladas por ano. Valorizamos a origem, promovendo sustentabilidade, e priorizamos a qualidade e rastreabilidade de nossos produtos. Muitas pessoas não sabem como é o processo para a fruta chegar na prateleira, e quantas famílias trabalham por trás desse projeto”, sintetizou o presidente da empresa Toca da Pitaya, Cleber Adauto de Medeiros.
Papel estratégico
O presidente-executivo do Cieam, Lúcio Flávio Morais de Oliveira, ressaltou à reportagem que os dados apresentados reforçam a força do PIM, com “investimentos expressivos” em engenharia, tecnologia, formação de mão de obra e produção industrial, e seus mais de 500 mil empregos diretos e indiretos. “O Cieam parabeniza a Sedecti e reitera seu apoio. Iniciativas como essa são fundamentais para aproximar o setor produtivo da sociedade, ampliando o entendimento da população sobre a relevância da indústria incentivada para a economia, o desenvolvimento regional e a geração de empregos no Estado”, salientou.
O vice-presidente da Fieam e presidente do Sindicato da Indústria Metalúrgica, Metalmecânica e de Materiais Elétricos de Manaus, Nelson Azevedo, concorda. “A ZFM não é apenas um modelo econômico, é também um projeto de sustentabilidade, geração de empregos, renda e preservação da floresta. Quando fortalecemos esse diálogo, mostramos que os benefícios vão muito além da indústria, alcançando toda a cadeia produtiva e a vida das pessoas. Eventos como este ajudam a conscientizar sobre a importância de mantermos a Zona Franca competitiva, inovadora e cada vez mais conectada com os desafios da nova economia”, arrematou.