A Justiça do Amazonas anulou nesta segunda-feira (22) a condenação dos réus envolvidos na morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso. A decisão ocorreu após o Ministério Público reconhecer falhas no processo e pedir que o caso retornasse à primeira instância, garantindo à defesa acesso integral aos laudos periciais incluídos sem prévia ciência dos advogados.
Em dezembro de 2024, sete acusados haviam sido sentenciados por tráfico de drogas e associação para o tráfico, entre eles a mãe e o irmão de Djidja, além de um coach, dois veterinários, a gerente dos salões da família e o ex-namorado da jovem. As penas somavam quase 11 anos de reclusão para cada condenado. Outros três réus chegaram a ser absolvidos por insuficiência de provas.
Apesar da anulação, o pedido de liberdade imediata foi negado, e os principais envolvidos seguem presos. A defesa informou que vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) com um pedido de habeas corpus. Já o Ministério Público destacou que, mesmo com o reconhecimento da nulidade, as investigações reuniram provas sólidas contra os acusados, como mensagens de celular e depoimentos de testemunhas.
O caso ganhou repercussão nacional após Djidja ser encontrada morta em maio de 2024 com suspeita de overdose de cetamina. As investigações apontaram que a droga era utilizada em rituais promovidos pela família dentro de um grupo religioso, no qual a mãe e o irmão da ex-sinhazinha teriam papel de liderança. Frascos de cetamina, seringas e medicamentos foram apreendidos na casa da empresária durante a apuração policial.