A democracia venceu, apesar das confusões, trocas de acusações e até questionamentos na Justiça por ofensas pessoais, vídeos fora de contexto e até mesmo fake news, que marcaram os últimos meses até chegarmos aqui, dois dias apenas nos separando do próximo prefeito de Manaus, caso tudo se resolva no primeiro turno.
Mas poderia ter sido melhor, não fossem o envolvimento de familiares em questões políticas. Considerada sagrada, por ateus e até pela máfia napolitana, a família deveria ter ficado de fora das acusações políticas, mas muitos candidatos, talvez mal assessorados ou mal intencionados mesmo, usaram o velho adágio do “no amor e na guerra, vale tudo”, e envolveram a família dos adversários na briga.
Ausência foi um desrespeito ao processo
Diferente de outros anos, quando a batalha foi até mais renhida, em 2024 os candidatos que apareceram nos primeiros lugares em todas as pesquisas, não compareceram aos debates, por motivos pessoais ou políticos, nem mesmo naqueles debates realizados pelas redes tradicionais da TV aberta.
Debate? Tô fora!
Nos debates é onde o povo conhece quem, realmente, possui propostas reais e realizáveis em quatro anos e quem só contratou empresa especializada em projetos fictícios que a gente sabe bem que nunca sairão do papel. Todo candidato sabe que o eleitor jamais vai entrar em um site para estudar cada proposta, ainda mais aquelas como a do candidato Amom Mandel que possui mais de 600 páginas. No debate fica mais fácil saber quem é quem.
Ironias do destino
Nos debates realizados, quando uma parcela dos candidatos foi – já que teve um que foi impedido pela legislação eleitoral de participar por falta de representante no Congresso – o que se viu foi ironia, ataques, risadinhas amarelas e respostas enviesadas. Por sorte não teve cadeirada na moleira de ninguém.
A carroça puxando o burro
Mas, talvez, o mais inusitado de tudo tenha sido a situação dos vices, protagonistas e mais detentores de votos que os “cabeças de chapa”, na típica alegoria da carroça puxando o burro ou o poste mijando no cachorro.
Maria do Carmo Seffair, com um currículo de dar inveja, tanto como empresária como em relação à formação acadêmica; Menezão, quase senador, com votos sufientes para elegerem senão todos, mas mais da metade dos vereadores da Câmara Municipal; Nancy Segadilha, conhecidíssima na área de lutas sociais, tanto pelos deficientes como pelas mulheres em geral, vice de Amom, que está no mandato de deputado federal com um único discurso ecológico.
Joio do Trigo
Mas não foram escolhidos aleatoriamente. São pessoas que tem peso empresarial, social e político, por isso mesmo foram escolhidos à dedo para a vaga de vice prefeito. Quem for eleito, à exceção de David Almeida, deve, e muito, ao vice. Quem não venha acontecer do vice prefeito ou vive prefeita ser apenas uma figura de proa, como tentaram fazer parecer nessa fase da campanha.