O fim das marchinhas determinou o fim do carnaval nos clubes e dos clubes. Aqueles carnavais que conhecemos quando éramos criança e aprendemos a gostar. Mas, os grandes sucessos tocados ainda estão fincados em nossas memórias e a Bica, sempre ela, não nos deixa esquecer.
O coreto
Todas as praças tinham seus coretos. As marchinhas eram fáceis, até as crianças decoravam – ao contrário dos sambas-enredo, que ninguém consegue cantar direito de tão longos. As marchinhas faziam a euforia do salão, mas desapareceram das rádios, desapareceram dos clubes e até os coretos desapareceram do povo,
É nós, Queiroz!
Mas, a alegria coletiva provocada pelo carnaval continua. Na falta das guerras de confete e serpentina, das bisnagas com água de cheiro, das prizes de lança-perfume, das bandas de sopros nas ruas, das músicas alegres e simples, da decoração da cidade, estão as tradicionais bandas da cidade.
Segura a Bica!
A originalidade da BICA, Boulevard, Baixa da Égua, Difusora e tantas outras está no fato de que elas mantiveram a genuína folia de rua mais viva do que nunca. A abertura do Carnaval começa no bar do Armando, a partir do meio-dia, e, aos poucos, os “biqueiros” vão ocupando a Praça de São Sebastião.
Chopp pra galera
A espera pelo grupo de comerciantes do centro, engaiolados numa L200 envenenada, promete distribuir gratuitamente 200 litros de chope no sábado magro. O camarote da diretoria e dos convidados vips encomendaram dez caixas de uísque 18 anos e 86 garrafas de champanhe Cristal. O bar do Armando espera vender 2 mil caixas de cervejas em lata. Haja Engov!
Politicagem
O saudoso advogado Sérgio Litaiff, que era figurinha carimbada do bar do Armando, um dos quatro fundadores da banda da BICA, mas também amava a da difusora e todas as outras, tinha uma tese meio anarquista a respeito do descaso das autoridades pelo carnaval de rua: ele achava que os políticos conspiravam para entristecer o povo.
Ninguém Merece!!!
- O que acabou com o carnaval do povão, segundo o Negroni, foi a politicagem, a falta de organização, a falta de incentivos para as festas.
- Falta também o incentivo para os compositores locais fazerem suas músicas, coisa que só não se planeja porque não se quer.
- Os políticos só pensam em eventos que dão votos e holofotes. Para o Carnaboi, tudo.
- Espera-se uma visita de cortesia do governador Wilson Lima ao bar do Armando para provocar um renascimento do carnaval de rua amazonense, só o tempo dirá.
- De qualquer forma, como a BICA costuma dar sorte aos políticos, Amazonino considerava a Bica como sua ferradura… da sorte Negão!!!.