Celebridades abrem o jogo sobre os horrores que viveram na ‘cura gay’
Gregory Mohd, conhecido pelo nome artístico de Grag Queen, viralizou ao revelar em um vídeo que foi submetido à “cura gay”. A drag queen, cantora e apresentadora do reality show Drag Race Brasil contou que, quando tinha 11 anos, foi levada a uma clínica que falsamente prometia mudar a sexualidade dela.
Em entrevista ao projeto Fim da Cura, que denuncia métodos para mudança de orientação sexual ou identidade de gênero de pessoas da comunidade, Grag contou que foi levado pelos pais à igreja quando tinha 11 anos, e o pastor disse que era necessário expulsar um demônio que existiria dentro dela.
“A gente tinha que ficar em uma fila, de olho fechado. Daí tinha essa sessão. Eles molhavam nossa boca, nossa cabeça, e tinha que dar tantos choques enquanto a gente falava, repetindo várias expressões: ‘eu não sou gay’, ‘eu posso ser perfeito, mas Deus vai me fazer perfeito, eu nego a mim mesmo'”, relembrou ela.
Além de Grag, outros famosos também já desabafaram sobre o que viveram nas chamadas “terapias de conversão”. Relembre alguns casos abaixo:
O ator Orlando Caldeira, que esteve no ar pela última vez em Vai na Fé, na TV Globo, contou que foi submetido à “cura gay” quando tinha 18 anos. Ele lembrou que foi levado pela mãe a um psicólogo que prometia fazer uma terapia de regressão que supostamente seria capaz de mudar a sexualidade dele.
“Era uma época que não se falava sobre isso, que existia um tabu maior sobre sexualidade. Era até uma grande vergonha ter um parente gay, um filho gay. Não que hoje seja muito diferente disso, mas acho que as discussões já avançaram, e a gente tem onde procurar ajuda”, refletiu Orlando.
Trauma
Bruna Linzmeyer também viveu o trauma de passar pela “cura gay” em um consultório de psicologia. Em uma entrevista, a atriz disse que sofreu lesbofobia da psicóloga por anos, o que fez com que ela mesma passasse a se reprimir.
Conhecido pelos vídeos de astrologia das redes sociais, o influenciador e humorista Vítor diCastro também já desabafou sobre as experiências que viveu. Ele contou que, quando tinha 9 anos, a diretora da escola onde estudava aconselhou que ele fizesse terapia por ser “uma criança muito afeminada”.
“Foi uma tentativa de conversão sexual, uma espécie de ‘cura gay’ também, que fez um estrago imenso em mim. Durou uns seis ou oito meses. Não me recordo muito bem, pois acho que bloqueei detalhes das sessões, mas me lembro de apontarem um ‘problema em mim’ e de achar que era errado ser quem eu era”, recordou Vítor.
O modelo Rodrigo Malafaia é sobrinho-neto do pastor Silas Malafaia, que já foi processado por acusações de homofobia, e contou que foi submetido pela família à cura gay.
“Frequentei igreja a vida inteira. Quando descobriram que sou gay, foi um terror psicológico. Me levaram a um terapeuta evangélico. Prometi que iria mudar. Não havia saída, eu tinha só 15 anos. Não tinha autonomia. Precisava obedecer ou ficaria de castigo. Arrumava até
namorada de mentira. Só assumi realmente aos 20 porque não aguentava mais. Falei ‘ou vocês têm um filho gay ou não têm mais um filho’. Aceitaram, mas com algumas ressalvas”, contou ele em entrevista ao jornal Extra.
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