Os Correios fecharam, na sexta-feira (26), um empréstimo de R$ 12 bilhões com cinco dos principais bancos do país para reforçar o caixa da estatal, que enfrenta uma grave crise financeira. O contrato tem validade até 2040 e conta com garantia da União, reduzindo o risco para as instituições financeiras.
A operação foi autorizada pelo Tesouro Nacional na semana passada e integra o plano de reestruturação da empresa. Com o aval do Tesouro, o governo federal se compromete a honrar as parcelas caso os Correios fiquem inadimplentes.
No início de dezembro, o Tesouro havia rejeitado uma proposta de R$ 20 bilhões, que previa juros de 20% ao ano acima do limite aceito. Já o acordo de R$ 12 bilhões respeitou o teto de juros permitido para operações com garantia da União e atendeu aos critérios de capacidade de pagamento de estatais em reequilíbrio financeiro.
Crise financeira
Os Correios acumulam 12 trimestres consecutivos de prejuízo desde 2022. Apenas no primeiro semestre de 2025, o rombo chegou a R$ 4,36 bilhões, o maior da história da estatal. Entre os principais fatores estão o aumento dos gastos com pessoal, queda no fluxo de caixa, mudanças no programa Remessa Conforme, crescimento de precatórios e o fato de 85% das agências operarem no prejuízo.
Para reverter o cenário, a nova gestão aprovou um plano que inclui corte de custos, Programa de Demissão Voluntária (PDV), venda de imóveis ociosos, renegociação de contratos, redução da jornada de trabalho, mudanças no plano de saúde, retorno ao trabalho presencial e criação de um marketplace próprio.
Privatização descartada
Apesar do debate nos bastidores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartou qualquer possibilidade de privatização dos Correios. Segundo ele, a crise pode ser resultado de uma “gestão equivocada” e o governo adotará medidas para recuperar a empresa, mantendo-a sob controle público.











