Com a redução drástica dos cursos de água do Madeira devido à seca inclemente, embarcações, incluindo as rabetas, que são pequenas embarcações utilizadas para o transporte de passageiros e cargas, enfrentam dificuldades para navegar. A situação é tão crítica que muitas viagens têm sido suspensas ou adiadas, gerando uma série de problemas logísticos e sociais.
A única saída são as pontes improvisadas erguidas por uma empresa particular de fibra ótica, que ainda dão condições para a população fugir do isolamento. As pontes estão localizadas em alguns pontos no Ramal 174.
Manicoré atolada e encalhada
O ramal em questão, na área de Manicoré, dá acesso à BR-319, mas somente motos conseguem trafegar por causa do atoleiro formado pelas frequentes chuvas noturnas. Outra saída seria a balsa que fica no KM 260, da BR-319, que encontra-se inoperante devido ao baixo nível do igarapé Igapó Açu. Mesmo assim, formam-se filas de mais de 5km de extensão por caminhoneiros carregados com produtos perecíveis, inclusive, tentando sair do local.
Ainda em Manicoré, o transporte fluvial, vital para a sobrevivência e economia da região, foi suspenso devido o nível do Rio Madeira.
Reclamar para o Papa
A ARSEPAM – Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados e Contratados do Amazonas não atende telefone para falar sobre a a suspensão do transporte de passageiros para Manicoré e a SEINFRA (Secretaria de Estado de Infraestrutura) informou que o ramal 174, de Manicoré, faz parte de um trecho da rodovia BR-174 sendo, portanto, uma área federal.
A Seinfra alega que por tratar-se de um espaço fora da área estadual, não possui nenhum projeto previsto para a localidade.
Enquanto isso, produtores rurais estão ilhados e abandonados pelos governo federal, estadual e municipal, sem saber o que fazer, pois falta até água no município, principalmente na área rural.
Desesperados, eles não vêem saída e já imaginam o que acontecerá com animais de criação, como galinhas e porcos, se não receberem ajuda humanitária, já que por parte dos governos não há esperança nenhuma.