Greve se alastra e põe Estado em alerta máximo
Há cinco dias, médicos do Amazonas decidiram cruzar os braços e reduzir os atendimentos a pacientes do Estado. O protesto da categoria que ocorre desde o dia 1 deste mês tem o objetivo de cobrar os salários atrasados e melhorias no sistema público de saúde.
Quem não gostou nada dessa paralisação foi a população que se antes já reclamava da demora pelo atendimento, viu que a situação piorou. De acordo com pacientes que procuraram atendimento nesses dias, no SPA da Redenção um aviso é dado logo na portaria: “apenas pacientes considerados graves serão atendidos”. O mesmo ocorre em outras unidades de saúde como SPA do Alvorada, SPA do Coroado e SPA Joventina Dias.
A médica Cecília Granjeiro informou que participou de uma reunião com vários diretores de empresas médicas, que prestam serviço para o Estado e passam pelo mesmo descaso, e por não terem tido nenhum posicionamento do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Saúde (SES-AM), decidiram manter a mobilização da categoria.
“Terminamos a reunião com esses diretores e infelizmente não tivemos nenhum contato com a secretaria da saúde. Eles não procuraram a gente e votamos para manter a mobilização. O serviço de urgência e emergência não será afetado, haverá uma redução nos ambulatórios e procedimentos eletivos. Não temos o objetivo de manter essa mobilização, não se trata apenas de salários atrasados, estamos falando de uma saúde que tem uma condição precária no momento, equipamentos quebrados, falta de insumos e outras empresas sem receber”, desabafou.
A manifestação da categoria começou na sexta-feira (1º) e segue sem previsão de encerramento. A categoria cobra do Governo do Amazonas pagamentos de débitos de 2021 e 2022, além dos salários dos meses de agosto, setembro e outubro de 2023.
A reportagem entrou em contato com a SES para pedir um posicionamento com a situação dos médicos, mas até o momento nenhuma resposta foi enviada.
MP quer respostas
O Ministério Público do Amazonas (MPAM) informou que, por meio da 58ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa dos Direitos Humanos à Saúde Pública, instaurou, no dia 30 de novembro, um inquérito civil para investigar a atual situação da saúde no Amazonas.
De acordo com a promotora de Justiça Luissandra Chíxaro de Menezes, a ação foi desencadeada em resposta ao comunicado emitido pelas prestadoras de serviços à Secretaria Estadual de Saúde (SES) que alerta sobre a paralisação de serviços médicos não urgentes nos hospitais públicos devido a possível falta de pagamentos.