Neste domingo (03), o lendário “Tema da Vitória” ecoou pelos altos-falantes do autódromo enquanto o heptacampeão Lewis Hamilton pilotava a icônica McLaren MP4/5B, o carro com o qual Ayrton Senna conquistou o bicampeonato. Interlagos viveu um momento de profunda reverência e emoção; o silêncio se misturava às lágrimas enquanto fãs assistiam à homenagem pelos 30 anos do acidente que tirou a vida do piloto brasileiro, um herói eterno para muitos no esporte. A pista molhada parecia saudar Senna, conhecido como “Rei da Chuva” por seu domínio em condições adversas.
A emoção tomou conta das arquibancadas e dos telespectadores, ao som inconfundível do motor que marcou uma geração de brasileiros. A comoção cresceu ainda mais quando, após algumas voltas, Hamilton pediu a bandeira nacional e a ergueu, repetindo o gesto icônico de Senna. Ao final do tributo, a medalhista olímpica Rebeca Andrade deu a bandeirada simbólica, encerrando o momento com uma última saudação.
Admiração que Transcende as Pistas
Antes da homenagem, Bruno Senna, sobrinho de Ayrton, comentou a alegria da família ao ver Hamilton pilotando o carro usado por seu tio em 1990: “Lewis nunca escondeu que é um grande fã de Ayrton. Ele sempre nos ajudou a manter a imagem e o legado de Ayrton vivos de muitas maneiras.”
Lewis Hamilton, que sempre destacou Senna como seu maior ídolo, lembra que o brasileiro foi uma referência de coragem e paixão no automobilismo. Para Hamilton, a admiração vai além das pistas: ele se identifica com a postura de Senna em defender seus princípios e enfrentar desafios dentro e fora das competições.
Em 2021, ao vencer a corrida em São Paulo, Hamilton já havia erguido a bandeira nacional em homenagem a Senna, e em 2022, recebeu a cidadania brasileira em uma cerimônia em Brasília. Agora, pilotar a McLaren de Senna em Interlagos, onde o brasileiro construiu parte de sua história, representou mais que uma homenagem — foi um tributo carregado de emoção, tanto para Hamilton quanto para os fãs.