O Governo do Amazonas foi notificado pelo Ministério Público do Estado, por meio da Promotoria de Justiça de Manicoré, que instaurou procedimento administrativo para acompanhar as políticas públicas de recuperação de trafegabilidade do quilômetro 341 da BR-319, trecho que conecta à rodovia AM-364. Trata-se da principal rota de acesso à cidade e que, em 2022, teve três de suas pontes perdidas em decorrência de desabamentos.
Se correr, o bicho pega…
Por conta da tragédia ocorrida naquele ano e em razão da falta de manutenção da rodovia, o Rio Madeira tornou-se uma rota alternativa para o abastecimento das zonas urbana e rural do município, como alimentação, água, medicamentos, combustíveis para veículos e geradores de eletricidade.
Com a estiagem severa que atinge todo o Estado, os mantimentos não conseguem mais chegar por meio de embarcações desde o dia 30 de setembro.
…se ficar, o bicho come
O ramal 174, que seria a única forma de escoação da produção, está intrafegável por causa do atoleiro formado pelas frequentes chuvas noturnas. Outra saída seria a balsa que fica no KM 260, da BR-319, mas encontra-se inoperante devido ao baixo nível do igarapé Igapó Açu. Mesmo assim, formam-se filas de mais de 5km de extensão por caminhoneiros carregados com produtos perecíveis, inclusive, tentando sair do local.
Tudo abandonado na cidade
Desse modo, surgiu a necessidade de fiscalizar a readequação da rodovia AM-364, para garantir que a população tenha acesso a itens de primeira e segunda necessidades. De acordo com o promotor de Justiça Venâncio Antônio Castilhos de Freitas Terra, a situação do município de Manicoré é preocupante, com um cenário de completo desabastecimento e isolamento ocasionado pela baixa do Rio Madeira.
Em consequência disso, ocorre um grande desabastecimento dos supermercados e das farmácias. ‘Nós já temos prateleiras completamente vazias nos supermercados e está ocorrendo até racionamento de produtos”, informou o promotor de Justiça.
Seinfra tem que se coçar
Na ação, a Promotoria de Justiça notificou o secretário estadual de infraestrutura para que, no prazo de 20 dias, envie informações sobre a previsão da reforma da rodovia com o encaminhamento de documentos comprobatórios. Além disso, requereu ao gabinete do prefeito indicações sobre a realização de contato prévio com o Governo do Estado do Amazonas acerca da situação atual.
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