Há nomes que não apenas assinam empresas. Eles fundam destinos. Assim é José Cruz, o patriarca de uma saga empresarial que, mais que produzir refrigerantes, destilou pertencimento e inspiração na alma amazônica. Nascido em Portugal, mas renascido todos os dias no calor da floresta, José Cruz chegou ao Brasil para empreender — e acabou por semear um dos legados mais duradouros da economia regional.
*Fundou em 1945, na encruzilhada entre tradição europeia e pulsação amazônica, a J. Cruz Indústria de Bebidas*, a casa-mãe do hoje icônico Guaraná Magistral. Mas o Comendador não fundava apenas fábricas. Ele fundava uma ideia: a de que a Amazônia merecia produzir com sua identidade, saborear com sua vocação e prosperar com suas próprias raízes.

O guaraná como elo entre culturas
Em pleno século XX, quando o eixo da indústria brasileira ainda estava confinado ao Sudeste, José Cruz ousou transformar o guaraná dos povos originários em patrimônio líquido e afetivo da sociedade amazonense. Transformou o fruto sagrado em símbolo regional. Fez do sabor, um gesto de afirmação cultural. Fez da garrafa, um manifesto líquido de que a Amazônia pode gerar valor com o que ela tem de mais genuíno: sua biodiversidade, sua gente e sua fé no possível.

O patriarca e o entorno
Sua fábrica não era apenas uma linha de produção. Era um polo de dignidade, que gerava empregos, ensinava ofícios, acolhia histórias. José Cruz entendeu cedo que o desenvolvimento só vale se carrega junto a responsabilidade. Por isso, era visto como um “comandante popular” — firme nos negócios, mas generoso com os que caminhavam com ele. O título de Comendador, que recebeu em 2004, apenas oficializou o que o povo já sabia: que José Cruz é uma das figuras mais nobres da história econômica da Amazônia.

Luiz Carvalho Cruz: o herdeiro do tempo e da floresta
Se é verdade que o fruto carrega em si o DNA da árvore, Luiz Carvalho Cruz é a extensão altiva do espírito do pai. Hoje à frente da Magistral, Luiz não apenas manteve o legado — ele o projetou para o século XXI. Com sensibilidade e visão empresarial, Luiz modernizou a produção, ampliou a linha de produtos, incorporou marcas e consolidou a Magistral como referência de resistência, identidade regional e compromisso social.

Sob sua liderança, a empresa:
– Avançou em tecnologias limpas e redução de resíduos;
– Estimulou a compra de insumos de comunidades e produtores amazônicos;
– Investiu em ações socioeducativas, esportivas e ambientais com impacto direto na periferia de Manaus;
– Tornou-se símbolo de Amazônia industrial com responsabilidade e afeto.
– Modernizou e expandiu sua plataforma industrial e comercial com aquisição de outras marcas concorrentes.
“Celebrar Luiz Carvalho Cruz como Empresário do Ano é celebrar um Brasil que respeita seus ancestrais, acredita em sua terra e planta futuro com humildade e visão.”

Um legado que transborda
A história da Magistral é a história de uma família, de uma floresta, de um povo. José Cruz plantou raízes. Luiz Cruz colhe frutos — e semeia esperança. A Amazônia agradece. E o Brasil deveria aprender.