O cardeal Robert Francis Prevost, agora Leão XIV, foi escolhido por pelo menos 89 dos 133 cardeais, dois terços dos eleitores do conclave, e será o sucessor do papa Francisco na Cátedra de São Pedro.
O novo papa tem 69 anos e é natural de Chicago, fez história ao ser eleito o primeiro Papa originário dos Estados Unidos e o primeiro líder da Igreja Católica proveniente de um país com maioria protestante.
Apesar de sua nacionalidade, a trajetória eclesiástica de Prevost se desenvolveu significativamente na América Latina, com um forte destaque para o Peru. Foi nesse país sul-americano que ele ascendeu e demonstrou suas qualidades, pavimentando o caminho para alcançar importantes posições na Cúria Romana. No momento de sua eleição papal, Prevost exercia duas funções cruciais no Vaticano: a de prefeito do Dicastério para os Bispos – o órgão central para a nomeação de bispos – e a de presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina.
Prevost iniciou a vida religiosa aos 22 anos. Após se graduar em teologia pela União Teológica Católica de Chicago, foi enviado a Roma aos 27 anos para aprofundar seus estudos em direito canônico na Universidade de São Tomás de Aquino. Sua ordenação sacerdotal ocorreu em 1982, e dois anos depois, iniciou sua missão no Peru, primeiramente em Piura e, posteriormente, em Trujillo, onde permaneceu por uma década, inclusive durante o período do governo autoritário de Alberto Fujimori.
Em 2023, três mulheres o acusaram de encobrir casos de abuso sexual perpetrados por dois padres no Peru, quando elas eram crianças. De acordo com as denúncias, uma das vítimas contatou Prevost por telefone em 2020. Dois anos depois, ele recebeu formalmente os relatos e encaminhou o caso ao Vaticano. Um dos padres foi preventivamente afastado, enquanto o outro já não exercia funções devido a problemas de saúde. A diocese peruana nega qualquer acobertamento, afirmando que Prevost seguiu os procedimentos exigidos pela legislação da Igreja. A investigação por parte do Vaticano ainda está em andamento.