Em meio à busca por alternativas alimentares sustentáveis, a ciência descobriu uma fonte de nutrição surpreendente: o leite produzido pela barata da espécie Diploptera punctata. Este inseto, nativo do Pacífico, possui uma característica rara no mundo dos insetos – produz um líquido nutritivo para alimentar seus filhotes.
Estudos revelam que esse “leite” de barata supera em muito os valores nutricionais dos laticínios convencionais. Uma análise detalhada mostra que ele contém:
* Proteínas completas com todos os aminoácidos essenciais
* Uma combinação equilibrada de lipídios e carboidratos
* Cristais proteicos que liberam energia de forma gradual
* Até três vezes mais valor nutricional que o leite de vaca
O processo de extração, no entanto, representa um desafio considerável. Cada barata produz quantidades mínimas do líquido, exigindo a ordenha manual de milhares de insetos para obter quantidades significativas.
Além disso, o aspecto cultural e a repulsa natural que muitas pessoas têm por baratas tornam a comercialização direta pouco viável.Diante desses obstáculos, pesquisadores trabalham na síntese artificial dos componentes nutricionais do leite de barata.
A biotecnologia pode permitir que os benefícios dessa substância sejam aproveitados sem a necessidade da criação em massa dos insetos. Esta descoberta abre possibilidades fascinantes para: combate à desnutrição em regiões críticas; desenvolvimento de suplementos para atletas; alimentação em missões espaciais de longa duração.