Comeu jaraqui, com certeza, jazz aqui
Atravessadores travestidos de empresários da pesca da região de Porto Velho, estão sondando os peixeiros da Feira da Panair para comprarem jaraqui, pacu e branquinha da área do rio Madeira, a preços abaixo do mercado.
Tudo ótimo – uma vez que em decorrência da pesca e do Defeso os preços do pescado estão quase sem igualando ao preço do bacalhau – se não estivessem até o tucupi de Mercúrio.
Contaminados
Isso mesmo: exemplares das três espécies foram coletados durante expedição realizada no período de 16 a 30 de abril deste ano, dentro do Programa de Monitoramento de Água, Ar e Solos do Estado do Amazonas (ProQAS/AM), projeto desenvolvido pela UEA. O trabalho teve a colaboração da Universidade de Harvard.
Peixes consumidos no Amazonas
As espécies analisadas, como branquinha, jaraqui e pacu, são muito consumidas pela população do Amazonas. Os testes revelaram concentrações de mercúrio de até 16 mg/kg na região de Humaitá, município amazonense localizado a 700 quilômetros de Manaus, superando em 32 vezes o limite legal de 0,5 mg/kg.
Tucunaré nem pensar
Peixes predadores, como o tucunaré, por exemplo, apresentam limites de tolerância em 1 mg/kg. Mas também tornam-se perigosos para a população devido à acumulação do metal adquirida por meio da alimentação de outros peixes contaminados.
Feirantes que não quiseram dar os nomes disseram que acharam estranho e não quiseram comprar, desconfiando que algo está errado. F.L.M.D., 45 anos feirante, disse que não existe fiscalização por parte da área da Saúde em cima do pescado. Alguns técnicos aparecem só na época do Defeso e isso quando recebem alguma denúncia.