Eleito senador pelo Republicanos do Rio Grande do Sul, o general da reserva, o vice-presidente Hamilton Mourão, declarou em entrevista aos jornalistas Fabio Murakawa, Vandson Lima e Fernando Exman, do Valor Econômico que não irá passar a faixa presidencial a para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que venceu as eleições presidencial de 30 de outubro, após a derrota de Jair Bolsonaro.
“Acho que está havendo uma distorção. Porque passagem de faixa é do presidente que sai para o presidente que entra. Se o presidente, vamos dizer assim, ele não vai querer passar a faixa, não adianta dizer que eu vou passar. Eu não sou o presidente. Eu não posso botar aquela faixa, tirar e entregar. Então, se é para dobrar, bonitinho, e entregar para entregar para o Lula, pô, qualquer um pode ir ali e entregar”, respondeu ele quando questionado sobre a hipótese de Bolsonaro não entregar a faixa.
Mourão afirma que não entregará a faixa presidencial a Lula, caso Bolsonaro se recuse a fazê-lo. Citando Winston Churchill, ele defende que o atual presidente deveria encarar o sucessor na rampa do Planalto, com “um gesto de altivez e desafio”: “Toma aí, te vira agora, meu irmão. Te vejo em 2026”.
Mourão prefere olhar para a frente e afirma que o capital de 58 milhões de votos deixa Bolsonaro apto a liderar a direita e, se quiser, construir seu retorno ao Poder pelas urnas em 2026.
Para isso, no entanto, o presidente terá que sair da reclusão autoimposta no Alvorada – que Mourão classifica ironicamente como “retiro espiritual” – e “trabalhar politicamente”.