Por – Moisés Dutra
A recente derrota da direita em Manaus revela o preço de alianças equivocadas e escolhas oportunistas. O grupo, antes unido em torno de pautas conservadoras, se fragmentou ao entregar seu destino a figuras com históricos controversos, como Valdemar da Costa Neto e Alfredo Nascimento, ambos líderes do PL. Nascimento, um político conhecido por sua associação ao PT e envolvimento em escândalos nos governos Lula e Dilma, vislumbrou um retorno ao cenário político, sacrificando o apoio ao Coronel Menezes para lançar o Capitão Alberto Neto como seu candidato preferido. A exclusão de Menezes, porém, acabou mostrando a fragilidade do movimento conservador em Manaus, que foi seduzido por interesses pessoais, deixando de lado sua identidade ideológica.
A tentativa de unir Alberto Neto e Menezes numa mesma chapa naufragou diante desses interesses. Para piorar, a escolha de Maria do Carmo Seffair como vice trouxe à campanha traços de uma “velha política” que destoavam dos ideais proclamados pela direita. A própria imagem de Maria do Carmo e de sua família, associada a práticas tradicionais e escândalos locais, evidenciou as contradições da chapa. Em meio a isso, o ingresso de Amom Mandel, sob a condição de promover suas pautas ambientais, expôs ainda mais o dilema: como conciliar interesses conservadores com o histórico ambiental duvidoso do marido de Maria do Carmo? A “direita melancia”, alcunha irônica pela alusão a uma direita “verde por fora e vermelha por dentro”, perdeu força e credibilidade.
No final, a divisão mostrou seu custo. Os votos que Menezes poderia ter somado fizeram falta, e o eleitorado conservador genuíno se afastou, identificando a manobra oportunista que tentava descaracterizar o movimento. Essa derrota é um lembrete de que alianças frágeis e pragmáticas, quando desconectadas da ideologia, cobram um preço alto.